A Ladra de Corações
Era charmoso, porém, não conseguia sentir atração por ele. O que havia ocorrido entre eles estava no passado de uma noite.
— Estou indo a uma boate com uns amigos... — não teve coragem de convidá-la — Já estou de saída.
— Boa noite! — Fez sinal que saísse. Retocou a maquiagem e
sorriu diante de sua beleza — Como não me amar?
Lucy aguardava Jennifer sair da sala. — Senhorita, seu motorista está à sua espera.
Ela agradeceu entrando no elevador e seguindo direto para mansão.
— Sr. Max a espera na sala de vídeo senhorita — Madalena era governanta e nutricionista da mansão, cuidava de todos os detalhes e empregados com rigor.
Jennifer agradeceu seguindo ao seu encontro: — Max!
Max Riera, magnata do ramo automobilismo, tinha aproximadamente 64 anos e viúvo há 5 anos. Tivera o prazer de conhecer Jennifer numa festa beneficente organizada pelos senhores Mayas quando criança. Ficara encantado com a doçura da herdeira que encantava a todos desde sua inocência.
— Fiquei surpreso quando sua secretária me ligou. Os senhores Robert, e Angelina estão no Japão?
Jennifer se aproximou sentindo seu perfume. Era sedutor e dono de um charme encantador. — Estão curtindo uma lua de mel eterna. Não pude atender suas ligações, Max. Soube que foi ao Mediterrâneo — Sentou ao seu lado.
Com um sorriso cordial a segurou pela cintura de forma delicada e carinhosa.
— Fui pensar um pouco. Não tenho herdeiros e só me resta você.
— Não levou nenhuma ninfeta com você? Aproveite mais a vida! — Jennifer não se questionava o que fazia com as pessoas. E não se perguntava o porquê saia sempre com Max.
— Depois que provei do seu corpo lindo... — a beijou sentindo suas mãos tocarem suas costas com movimentos — O que ainda me resta de vida quero doar a você.
Jennifer o conduziu a um movimento de corpos que levaram a uma noite de sexo selvagem — Nunca trago homens a minha casa e você é privilegiado — ela gostava da companhia do velho e bom Max. Era um relacionamento mantido em segredo. Ela não queria expor o amigo e muito menos magoá-lo — Seu corpo é de um jovem atleta, meu bem. Derruba qualquer homem de 30 anos. Sabe o que me seduz em você? Seus cabelos brancos que é seu charme — beijou seu pescoço, precisava ser devorada por ele mais uma vez. Excitada, sentou por cima dele introduzindo seu órgão ereto dentro dela — Não morra! — o levava ao delírio com suas safadezas — Me devore antes! Precisa ir, Max! — sendo fria — Amanhã cedo tenho compromissos — Andava pelo quarto de um lado para outro sem roupa, com os pensamentos bem longe de tudo que havia feito — Sexo! Apenas sexo — murmurou entrando no banheiro sem se olhar no espelho.
Ele saiu sem dizer nada.
Lucy percebera que Jennifer não aparentava bom humor quando a viu chegar—Embarcaremos às 9h senhorita — conhecia Jennifer e sabia o que gostava e o que a incomodava — Sua suíte foi reservada no Copacabana Palace. Pura sorte! — se arrependendo de ter citado “pura sorte”.
Jennifer detestava viagens longas e disse irritada:
— Sorte? Maldito congresso! — exclamou irritada — Está marcado há meses e você me fala que foi sorte minha reserva... — respirou fundo — Me desculpe. Estou na TPM — pediu que saísse de sua sala e trancasse a porta.
Lucy sentou ao lado de Malvina a subsecretária dizendo:
— Ela não gosta de congressos. Se fosse feia e gorda, seria a primeira a providenciar esses tipos de eventos. Tenho que procurar boates e diversão no Brasil para ela — respirou fundo — E contratar futuramente uma nova secretária. Preciso de férias e namorar — sorriu.
Malvina com seu bom humor comentou:
— Com todo dinheiro que ela tem, nunca seria gorda ou feia. Hoje o senhor Wilson do contábil apresentou um novo contratado. Um rapaz maravilhoso.
— O que Jennifer Achou?
— Ela aprovou!
No congresso de estética exibia um banner com a foto de Jennifer onde sua beleza encantava os visitantes. Era referência em beleza mundialmente. Sempre muito simpática. Resolvera alegrar os congressistas e a imprensa com sua presença ficando um pouco além do esperado.
— Não ficarei muito tempo presente, Lucy. Ficaremos alguns minutos e depois voltaremos para o hotel. Mamãe deveria estar aqui. Afinal, ela... — se calou preferindo encerrar as reclamações.
Lucy fazia as anotações para não se esquecer de nada. Sabia o quão a patroa era exigente — Os representantes das filiais confirmaram presença.
— Essa é a ideia — Jennifer aproximou-se roçando a sua boca suavemente.
Lucy sentiu o coração disparar, ficando extremamente excitada. Sempre desejara ser assediada por ela. Achava que às vezes era invisível — com licença, vou ao toalete — retirou-se sentindo as pernas bambas.
Jennifer olhou o relógio de pulso calculando o tempo que Lucy demorava, enquanto admirava a praia de Copacabana lotada da sacada — O que será... — avistou Lucy sair da toalete e sentando a sua frente para terminar as anotações.
— Algum problema?
— Nada senhorita. Eu... — levantou o olhar para Jennifer que sentou ao seu lado — Fiquei nervosa com sua aproximação.
Com um sorriso Jennifer respondeu:
— Meu Deus! Trabalha comigo há mais de 5 anos e ainda tem essas besteiras? Pensei que fosse preciso chamar um médico. Cancele meu compromisso depois do congresso. Iremos ficar nessa sacada linda bebendo.
— Comigo? — estava assustada. O que fazer? O que falar? Era admirável olhar aquela mulher a sua frente. A via todos os dias e mesmo assim era encantadora. “Será que ouvira bem? ” hesitou em perguntar, preferiu acreditar que seria com ela. Seria muita pretensão? Considerava -se bonita e inteligente, e por que não? Parou com seus pensamentos rapidamente quando percebeu que Jennifer a observava querendo entender aquele momento de inércia.
No local do evento, a notícia era a presença da famosa executiva de 21 anos. Famosa pela pouca idade e por já ser uma grande administradora. Seus representantes do Brasil estavam ansiosos — Ela nunca fez questão de estar presente. A Sr.ª Angelina passou o trono — comentou o diretor da filial no Brasil. Jennifer estava acompanhada dos seus seguranças e secretárias. Os repórteres locais procuravam o melhor ângulo. As empresas da Sr.ª Angelina geravam milhares de empregos pelo mundo e fazia altas doações às instituições carentes. Seu foco maior eram os países mais pobres. Sempre que podia, visitava a África junto aos representantes da ONU. A segurança parecia que ia perder o controle diante de tantos fotógrafos, que não haviam conseguido credencial para entrar.
— Fiquem calmos senhores! — exclamava um dos seguranças.