Capítulo 11

A viagem até a mansão Albuquerque durou menos do que eu imaginava, mas o suficiente para que minhas mãos ficassem úmidas de suor contra o tecido da calça. Eu repetia mentalmente que era apenas um emprego, apenas um lugar diferente, apenas uma oportunidade. Mas quanto mais nos aproximávamos, mais essa narrativa simples deixava de fazer sentido.

Do lado de fora da janela, o portão monumental surgiu como uma parede de ferro. Não era ornamental. Era intimidador, quase uma fronteira entre dois mundos. Do lado de dentro, eu pressentia que nada seria familiar, confortável, previsível. O motorista digitou um código que parecia longo demais, como se a segurança daquele lugar fosse mais importante do que tudo o que eu conhecia. Quando o portão finalmente se abriu, senti um leve frio na nuca, como se eu estivesse cruzando para dentro de algo que não tinha retorno.

O caminho até a porta principal era ladeado por árvores altas, tão bem alinhadas que pareciam marchar. O silêncio entre elas era o ti
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