Lívia estava diante do espelho do banheiro do quarto de hotel, ajustando com esmero a blusa de seda clara que havia comprado com o cartão de Isadora. Passava o batom com calma, sentindo-se poderosa pela primeira vez em dias. A noite anterior havia sido produtiva: leu cada detalhe do relatório sobre Úrsula, descobriu rachaduras que poderia usar como armas. O sorriso em seus lábios refletia satisfação.

— Hoje vai ser diferente… — murmurou para si mesma, erguendo o queixo, confiante.

Pegou o celular para checar a hora e notou as notificações de mensagem. Quando abriu o aplicativo, seu mundo parou. O coração bateu forte, como se estivesse sendo espreito em um punho gelado.

A primeira coisa que viu foi a foto: a camisola preta de seda, rasgada em fiapos sensuais sobre o lençol branco que reconheceu imediatamente. A cama queen do casal Valli, que cheirava a eles, o espelho do teto que refletia fragmentos da cena, tudo ali. Seu peito começou a doer fisicamente.

A mente corr