Lívia estava sentada sozinha à mesa do restaurante elegante, a luz suave refletindo nos talheres de prata, o prato caríssimo intocado à sua frente. O estômago, que minutos antes roncava de fome, agora se embrulhava com a raiva e a frustração que cresciam a cada palavra da mensagem de Isadora, ecoando em seus ouvidos como um chicote: “Não vou mais para o hotel. Quero minhas roupas de volta no closet.”

Odiava receber ordens, principalmente daquela que um dia a tratou como igual, como amiga. E mais do que tudo, culpava Úrsula por essa nova Isadora que surgia.

Voltou à mansão Valli irritada, mas ao entrar e perceber que Luiz não estava, um sentimento diferente começou a despontar. Caminhou lentamente pelos corredores, o som ritmado de seus saltos ecoando alto. Subiu as escadas sentindo cada degrau como um golpe em sua paciência, até chegar ao quarto do casal. Abriu o closet de Isadora e, num ímpeto, começou a vasculhar os cabides, experimentando blazers, vestidos e,