O garfo raspa o fundo do prato. Um som seco, metálico, que ecoa mais do que deveria no pequeno ambiente da cozinha.
Kaito ergue os olhos de sua carne mal passada, olhando de um para o outro, como se assistisse a um duelo silencioso prestes a explodir.
De um lado da mesa, Celina remexe o espaguete sem entusiasmo, fios melados de molho girando contra a borda do prato, mastigando sem pressa. Do outro, Dante também come em silêncio, os movimentos metódicos, frios, como se mastigar a pilha carne em seu prato fosse apenas uma obrigação.
Desde que entraram, nenhum dos dois trocou uma única palavra. Nem sarcasmo, nem rosnados — absolutamente nada. O ar pesa.
Kaito pisca. Uma vez. Duas.
Tem coisa errada.
— Então… — o ômega força uma tosse diplomática, pousando talher e tentando soar casual. — Dia cheio, hein?
Nenhuma resposta. Só o “cloc” do garfo de Celina batendo na porcelana e o som da faca de Dante raspando na fundo do prato, pois desde que Celina passou a morar com eles, agora ambos são o