— Você é um deles! — O homem acusa, a voz rouca, mas carregada de certeza. Os olhos, dilatados e brilhando em fúria, se cravam nos de Dante como navalhas.
O lycan não se surpreende com a afirmação do humano. Seus olhos vão até a marca de companheiros, a letra desenhada perfeitamente sobre a pele fina entre a nuca e o pescoço, quase escondido no lóbulo da orelha.
Dante não se surpreende. Apenas respira fundo, tentando manter o controle. Seu olhar desliza, instintivamente, para o ponto onde a pele do pescoço faz divisa com a nuca — ali, entre os fios de cabelo suados e sangue seco, está a marca de companheiros. A letra entalhada perfeitamente como uma tatuagem.
Companheiros escolhidos ou destinados? Não se tem como terceiros saber.
— Não sou — responde, a voz grave, controlada. — Sou um detetive, rapaz.
— Mentira! — O homem rosna entre dentes trincados, reconhecendo que o ser a sua frente se trata de um Alfa lycan. — Você finge que é humano, mas não passa de um merda, um maldito desgraç