— Como... — a voz de Celina falha antes que consiga terminar a frase.
O rubor se espalha por suas bochechas como fogo, acendendo cada lembrança do que havia acontecido naquela noite, vivas e indomáveis, consumindo-a por dentro. Ela tenta afastar a mão de Dante da sua intimidade, mas ele não cede, não se move. Sua resistência é inútil.
Sua mente fazendo questão de lembra-la de tudo daquele momento com uma clareza quase cruel: do toque, o calor, o modo como se entregou sem resistir..., e mais do que tudo, a maneira como ele a acreditar que tinha controle, quando, no fundo, ela estava caindo direto na armadilha dele.
Tudo aquilo a atinge com força, uma onda de culpa e confusão. O homem quem a havia comprado naquele leilão imundo; o carcereiro que se chama de protetor; o suspeito de assassinar sua mãe e sumir com o corpo dela; e seu supervisor.
O homem que ela sempre fica na corda bamba sobre odiar completamente, ou pensar que está sendo injusta e exagerando. Contudo, independentemente de