A tensão paira no ar como eletricidade acumulada. Celina permanece ali, imóvel, os olhos fixos em Dante.
— Olha, eu não... — Dante dá um passo à frente, o maxilar trincado, se odiando por ter permitido que a raiva o fizesse ter dito o que não deveria.
Mas Celina ergue a mão com firmeza, a expressão dura e o olhar feito navalha.
— Não precisa se explicar, detetive — a voz de Celina corta o ar como vidro se estilhaçando. — Eu sou só um item na sua lista, não é? Uma aquisição. Como uma arma nova, uma algema brilhante ou... — ela sorri com amargura — quem sabe uma boneca personalizada. Tanto faz. O fato é que eu fui comprada por você.
Dante para, o peito inflando com a respiração pesada. Seus olhos buscam os dela, mas Celina não desvia.
— Celina, não é isso...
— Não tem problema — ela o interrompe, os braços cruzando lentamente diante do corpo como se construísse uma barreira física entre os dois. — Seja lá com quem você estava falando... não me interessa. Não é da minha conta, cert