Damian chegou em casa quando o céu já começava a escurecer, tingido de tons alaranjados que normalmente passariam despercebidos por ele. Naquele dia, tudo parecia distante.
O paletó pendia de forma negligente sobre o ombro, a gravata afrouxada, os passos pesados demais para alguém que costumava carregar o mundo com firmeza. O rosto denunciava cansaço, não físico, mas aquele tipo de exaustão que se infiltra nos ossos.
A mansão estava em silêncio.
— Senhor Blake? — a voz baixa de Fillip ecoou do corredor. — O pequeno Noah adormeceu há pouco. Os remédios fizeram efeito. Teve um dia tranquilo.
Damian assentiu, sem dizer nada, apenas caminhou até o quarto do filho.
Noah dormia profundamente, o corpo pequeno encolhido entre os lençóis, os cílios longos repousando tranquilos. Damian ficou ali por alguns segundos, observando-o como se precisasse confirmar que ele ainda estava ali, intacto, seguro.
Passou os dedos com cuidado pelos cabelos do menino e fechou os olhos por um instante.
Quando sa