A Herdeira de Merlin
A Herdeira de Merlin
Por: Ana Carolina Rodrigues da Silva
Prólogo

Corro pela floreta, fazendo o possível para desviar dos troncos de árvores caídos e pedras soltas no caminho, mas está muito difícil de enxergar. Em toda a minha vida, não me lembro de já ter visto uma noite tão escura quanto esta, então, por diversas vezes, caio e preciso forçar-me a levantar, apesar da dor, apesar do cansaço, pois sei que ele precisa de mim.

      Aperto o cabo da espada com força e a seguro do lado do corpo, temendo que o sangue que cobre meus dedos a faça escorregar enquanto corro. Apesar de não ter certeza do que uma simples espada será capaz de causar ao meu inimigo, que possui um poder além do que jamais visto, continuo a carregando.

      Ouço um grito a minha direita e olho naquela direção, o que acaba se mostrando um erro, pois bato com força contra uma árvore e perco o equilíbrio. Dou um passo para o lado e a sensação de perder o chão sob meus pés faz meu estômago gelar.

      Caio de costas e rolo por um barranco, esforçando-me ao máximo para não gritar enquanto galhos e pedregulhos afiados perfuram minha pele, rasgam minhas roupas e agarram-se aos meus cabelos.

      A queda não demora muito e então eu bato com força contra o chão da floresta abaixo. Solto um gemido, atordoada e confusa, sentindo uma dor aguda em minha mão direita. Analisando melhor, com a pouca luz que a lua fornece, percebo um corte profundo atravessando a palma de minha mão. Para meu espanto, o sangue que escorre livremente do corte está misturado com lama, suor, grama e outras coisas que nem faço questão de saber no momento.

      - Inferno. - Xingo, enquanto me apoio na espada, que graças aos céus não se perdeu durante minha queda, e me forço a levantar.

      Ele precisa de mim, ele precisa de mim, ele precisa de mim. Repito mentalmente, enquanto, indo contra todo o meu bom senso e contra todos os ossos e músculos de meu corpo, levanto-me e volto a correr.

      Por incrível que pareça, a queda acabou me deixando mais próxima da entrada da caverna. Tropeço para dentro do espaço apertado, rastejando em desespero em direção aos gritos dele.

      - Por favor, por favor. - Imploro, tentando rastejar mais rápido e causando-me muitos outros machucados por todo o meu corpo no processo. Ao final do túnel, ponho-me de pé e irrompo no amplo espaço central da caverna úmida e escura. Olho ao redor e o vejo.

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