Capítulo 37

Manu aproveitou a confusão para me arrastar para a limosine por uns instantes e me fazer beber água e comer babata frita.

- Agora desembucha, o que tá acontecendo Kara?

Ela era uma das poucas pessoas que já tinha me visto em momentos de vulnerabilidade. Na verdade, ouso dizer que ela era a pessoa que meu viu no meu momento mais vulnerável.

Quando Otto morreu eu fiquei completamente perdida, e claro, eu lidei com as coisas do “jeito Kara”. Festas, bebidas, sexo, o lado mais louco da vida. Manu estava sempre comigo, por um lado porque ela também gostava desse estilo de vida, mas por outro apenas porque ela se preocupava. Certa noite, eu estava tão bêbada, tão bêbada... mas a dor simplesmente não passava. Era como se eu já tivesse ficado imune ao torpor do álcool. Nós estávamos na festa no apartamento de algum cara, e eu simplesmente subi até o

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