A Garota Mais Popular da Escola
A Garota Mais Popular da Escola
Por: Nayla Quill
01

p.o.v Kat

É sempre a mesma coisa toda vez que chegamos ao colégio: as pessoas insignificantes dão espaço pra gente passar e nós desfilamos no meio deles.

Eu, Pamela e Kristina somos as mais bonitas e populares de um dos maiores colégios de San Diego.

Particularmente, eu sou a mais bonita. Chegamos até os armários, o meu é o mais enfeitado e também mais bonito de todo o colégio, é claro.

De repente, alguém chega atrás de mim e passa a mão pela minha cintura, é o bad-boy mais lindo do colégio, o meu namorado: Jasper. Ele me dá um longo e delicioso beijo, causando inveja em todas as vadias passam por nós.

Saímos agarrados pelos corredores e aproveitamos para dar uns beijinhos, até que a droga do sinal toca e temos que ir para a aula de literatura. Claro que aproveitamos para tirar sarro da cara de alguns nerds no caminho e eu aproveito para pedir meu trabalho para um deles:

- Fez meu trabalho de literatura, viadinho?

- Sim... Aqui está ele... Kat – ele gaguejou, retirando o trabalho da pasta.

- É Katleia.

Peguei o trabalho da mão daquele ser horroroso e entrei na sala. Jasper se sentava ao meu lado e ficamos nos beijando loucamente até a imbecil da Sra. Jackson entrar na sala.

- Acho melhor vocês namorarem após a aula, não? – ela disse em tom de deboche, um dia eu ainda dou um tapa na cara dessa velha fdp.

Ela pediu para entregarmos os trabalhos, então eu assinei meu nome no trabalho que o nerd que nem sei o nome fez pra mim e entreguei, depois não prestei atenção em mais nada, fiquei a aula inteira trocando torpedos com o Jasper e com as garotas.

“Não vejo a hora das férias chegarem, pra onde vamos?” – perguntava Kristina.

“Infelizmente ainda estamos no terceiro mês de aula e acho que vamos ter que ficar aqui no natal” – respondi.

“Vamos fazer uma festa do pijama nesse fim de semana? Pode ser na minha casa.” – dizia o torpedo de Pamela.

“Pode ser na minha mesmo” – respondi.

“Hoje já é sexta-feira, lembra que você prometeu passar essa noite na minha casa? Meu pai está viajando” – dizia Jasper.

“Claro amor, pode me esperar pro jantar” – respondi.

Trocamos mais torpedos e o sinal tocou. Tivemos outras aulas até a hora do lanche e eu fui com as meninas para o refeitório.

- Podemos fazer umas comprinhas amanhã, o que acham? – perguntou Kristina.

- De tarde, vão pra casa da minha mãe e depois vamos ao shopping. – respondi.

Pamela se olhava no espelho e prestava atenção na nossa conversa, até que ouvimos um barulho no refeitório antes de chegarmos à mesa e Pamela soltou um gritinho. Era Jasper e mais uns garotos da nossa turma socando um nerd, obviamente eles estavam ganhando.

Não me importei com a cena e expulsei uma sem sal da mesa em que eu queria sentar. Jasper e os garotos largaram o nerd no chão e foram buscar nosso lanche, os garotos foram embora e Jasper se juntou a nós e me encheu de beijos.

- Para de jogar na nossa cara que não temos namorado. – resmungou Pamela.

- Jogar na cara? – perguntou Kristina – eu não namoro porque não quero, vários garotos me desejam.

- Só os cê-dê-efes né queridinha? – debochei.

- Claro que não, ontem mesmo eu fiquei com o Nathan do time de futebol e ele é muito gostoso, mas é só pra diversão.

- Nathan é tipo, o mais gato do colégio. – disse Pamela.

- Muito gostoso mesmo. – concordei.

- Ei, eu to aqui, não quero ouvir vocês falando quem é o mais gostoso dessa zona aqui. – Jasper reclamou.

- Ele pode ser gostoso, mas você é muito mais, amor. – eu disse e Jasper me encheu de beijos de novo.

Fora um dia entediante, apesar de eu trocar uns beijos com Jasper umas poucas vezes. Depois da última aula eu fui direto para o meu carro e fui pega de surpresa novamente por Jasper, que continuou a me beijar e disse:

- Mudança de planos, passo na casa da sua mãe as 10 e te levo pra minha casa.

- Por que essa mudança?

- To a fim de passar num lugar antes.

- Ok.

Dei mais um beijo nele e virei de costas para abrir a porta do carro. Ele deu um tapinha na minha bunda e nós rimos. Entrei no carro e saí catando pneu.

p.o.v Jasper

Fui para o meu carro assim que me despedi da Kat. Ela teria uma surpresa hoje à noite. Fui até uma loja de lingeries e as funcionárias não tiravam os olhos de mim. Escolhi uma lingerie sexy e vermelha, ela vai adorar. A vendedora me olhou esquisito quando levei a lingerie para o caixa.

- Ta olhando o que? Passa logo isso aí que eu to com pressa. – reclamei e ela me obedeceu.

Kat mal imaginava o que íamos fazer essa noite. Na verdade ela imaginava sim, mas ia ser muito mais selvagem do que ela pensava que seria.

p.o.v Kat

Cheguei na casa da minha mãe. Meus pais são divorciados, então eu e meu irmão mais novo Caique moramos com a minha mãe Joenne numa bela casa, grande e espaçosa e com piscina. Meu pai Raul é advogado e ele nos sustenta, ele mora num apartamento e eu passo um fim de semana lá uma vez por mês, mas isso logo vai acabar, já tenho 18 anos, não tem necessidade de ficar de casa em casa desse jeito.

Caique tem 15 anos, então ele ainda vai precisar ficar visitando meu pai uma vez por mês para minha alegria, o hobbie favorito dessa peste é me atormentar. Agora mesmo eu cheguei em casa e pude sacar que ele já estava aqui pela pequena armadilha que encontrei próxima a entrada, dessa vez eu não caí na armadilha, o que deve ter deixado ele muito irritado.

- Já chegou filhinha? – minha mãe perguntou, assim que subi as escadas, ela estava no quarto dela cheia de creme de pepino na cara.

- Não, ainda to lá. – respondi.

- Grossa, eu ainda te torturo escondendo suas maquiagens.

Bati a porta na cara dela, minha mãe às vezes parece que é mais criança que o idiota do meu irmão e os amiguinhos retardados dele, falando nisso, onde ele está escondido nesse momento?

p.o.v Aline

Meu voo para San Diego sairia ás 6 da tarde. Já estava de malas prontas e estava pronta também para me despedir dos meus pais. Eu tenho 18 anos, queria ter uma nova experiência fora de Oklahoma e finalmente consegui, vou morar sozinha em San Diego.

Claro que vai ser muito difícil mudar de colégio no terceiro mês de aula, mas eu aguento. Não vou precisar trabalhar, pois meus pais têm condições e me mandarão dinheiro toda semana. Não tenho mais ninguém especial para me despedir, tenho alguns colegas legais no colégio, mas nenhum que eu considere realmente meu amigo, sempre andei sozinha, geralmente eu passo o dia ouvindo música. É chato não ter com quem dividir meus segredos, tem coisas que a gente não divide com nossos pais, mas quem sabe eu não acho um amigo na escola nova não é?

Tenho segredos que gostaria de dividir com alguém e um segredo em especial, mas não confio em ninguém para guarda-lo. As pessoas me acham esquisita e diferente, deve ser por isso que elas não se aproximam muito de mim, mas eu nem ligo.

5 da tarde, ok. Já estava na hora de ir para o aeroporto e meus pais iriam comigo até lá. Eles me ajudaram a colocar as malas no carro e fomos conversando no caminho.

- Prometa que vai me ligar todos os dias. – dizia minha mãe.

- Tenho certeza de que se eu não te ligar você me liga. – respondi.

- E você vem nos visitar nas férias, não é? – perguntou papai.

- Claro, vou passar as férias em casa e depois irei para a faculdade.

- Se acontecer qualquer coisa, sinta-se a vontade para voltar pra casa. – disse mamãe.

- Ok mãe.

Chegamos ao aeroporto. Meus pais tiravam as minhas malas do carro enquanto eu ia fazer o check in e pensava na nova vida que eu ia ter. Vou morar num pequeno apartamento em San Diego e daqui a dois dias vou começa a estudar numa escola nova. Ia morrer de saudades dos meus pais, mas não estava arrependida.

Meus pais contrataram uma diarista que iria até meu ap. toda semana para fazer uma faxina e eu teria que me virar com a comida e com as compras. Claro que daria um pouco de trabalho, mas pelo menos nunca faltaria dinheiro para mim.

Chegara a hora do meu voo.

- Vamos sentir tanto a sua falta. – minha mãe choramingava e eu tinha certeza de que ela queria me fazer desistir.

- Eu vou ficar bem, te ligo assim que eu chegar lá.

- Boa sorte querida. – disse o meu pai me abraçando.

Minha mãe me puxou para um abraço apertado, a abracei por alguns segundos e depois tentei me soltar, já era a última chamada para o meu voo.

Finalmente coloquei minhas malas no lugar e passei pelo detector de metais. Fui até o embarque e segundos depois já estava dentro do avião.

Eu já tinha ido a San Diego duas vezes, uma quando era criança e outra vez há dois anos atrás, então não teria problemas para andar pela cidade, eu a conhecia, pouco, mas conhecia.

Com certeza minha vida ia mudar agora, só não sei se é pra melhor ou pra pior, mas eu estou disposta a correr riscos.

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