Cap 9 Meu companheiro

EULÁLIA

— E por que eles fariam isso? — perguntou o Beta.

— Eu sou descartável. Eu não passo de uma loba fraca e sem companheiro. Mas poderia estragar seus planos de atentar contra o supremo.

Risos soaram pelo salão. Não me senti idiota por isso, eu sabia o quanto a ideia de Ciro era tola, mas ele não.

Sua fixação por se autodenominar rei, sua vontade de ser alfa antes do tempo, isso tudo só percebi tarde demais.

— Como isso poderia levar ao nosso supremo? Vocês não têm força contra o supremo. — desdenhou o Beta.

— Eu não faço mais parte deles. — corrigi sem medo.

Recebi em troca alfinetadas de suas íris verdes.

— E qual é o plano dele? Nos enviar uma isca para nos distrair? — percebi seu tom irônico.

“Ele quer dizer que se não sou a traidora, ainda estou fazendo a vontade de alguém e arquitetando com eles?”

— Não. Eu deveria ser morta, é tudo que sei.

— E por que ainda está viva? — Aquele Beta parecia ter um problema comigo.

Havia um julgamento pessoal ali. Eu sentia.

— Eu fugi!

— E uma alcateia inteira te perdeu na floresta?

— Não! Eu sou mais rápida apesar de tudo.

— E espera que acreditemos nisso?

— Estão acreditando no relatório, que só foi enviado para vocês porque consegui escapar. Do contrário, não saberiam dos planos dele.

— Você é quem está dizendo que há um plano. — Parecia que o debate era apenas entre o Beta e eu.

— Ele só me contou porque acreditou que me mataria.

— E como ele te deixou escapar?

— Eu o atingi.

— Atingiu um alfa? Com o quê?

— Adaga de prata.

— Onde? E onde essa adaga está?

— Perto do coração. Está em algum lugar na grama, perto do bar.

— O que faz lá?

— Eu a perdi.

— Como isso aconteceu? Estava rolando feito uma c...

— Já chega! — O Beta calou-se imediatamente, recobrando a compostura com a voz do seu alfa.

— Isso é pessoal? — o supremo inquiriu ao seu Beta.

— Não, senhor! — a voz de seu subordinado foi quase um murmúrio.

— Então por que quis insultá-la? — Senti que o clima todo mudou.

Olhei ao redor por um instante. Todos tinham seus olhos sobre mim.

“Por que olham para mim? Não sou eu que estou brigando.”

Voltei-me para o supremo, de pé, encarando seu Beta de cabeça baixa.

Eu só queria que tudo aquilo acabasse logo. Que aquela noite acabasse…

“Ótimo, só faltava gerar ódio aqui dentro.”

Os olhos do supremo estavam quase completamente vermelhos, o que me deixou assustada a princípio.

“Ele não está assim porque uma fugitiva considerada traidora seria insultada, não é?”

Pensei que talvez ele só não quisesse que fosse revelado para todos como ele me capturou e rolamos no chão, tendo um momento constrangedor.

Suas íris vermelhas não me assustaram quando se voltaram para mim.

“Você ainda não percebeu?” — a voz dele na minha cabeça me fez balançar surpresa.

“Não sei o que está acontecendo. Ele deve ter algo contra mim…” fui interrompida pela voz dele novamente.

“Você não é mais uma loba sem companheiro.” — Fiquei confusa, mas não quebrei nosso contato visual.

Ele caminhou até mim devagar, preciso e majestoso. Então parou, me olhando do alto, enquanto eu ainda estava de joelhos.

“Você mentiu quando disse que não tinha companheiro. Você tem.” — disse ele.

“Eu não…” calei-me quando senti algo me rondar.

Procurei com a cabeça identificar o que era. Um leve aroma chegou ao meu olfato. Então o aroma mais forte vinha de cima. Senti meus olhos mudarem por pequenos segundos, ficando amarelos.

“O cheiro dele ainda está em mim? Mas o meu saiu dele?” Não compreendi como aquele cheiro me atraía.

“Foi isso que deixou o Beta bravo comigo?” Olhei na direção do outro. Esse ainda tinha a cabeça baixa, mas os olhos estavam em nós.

“Não, não é isso.”

Tive vontade de me pôr de pé e procurar pelo meu cheiro no homem à minha frente, mas me contive ao máximo.

Entretanto, o ímã parecia uma ilusão, me chamando, me fazendo sentir vontade de tocar no rei.

“Eu não entendo. O que é isso?” busquei respostas dele.

“Seu laço. O que você alegou no meio de todos que não possuía.” — respondeu dentro da minha mente.

Eu não conseguia pensar direito, me sentia confusa e desejosa de me aproximar e cometer uma loucura.

Quem nos observava via o quanto o supremo estava entretido com uma loba que estava beirando as portas da morte naquele julgamento.

“Me disseram que não era possível, nenhum alfa conseguiria ser meu companheiro.”

Mal notei quando ele respondeu em alto tom, preenchendo o vazio com suas palavras impactantes.

— Não sou um alfa comum. Sou Wulfric Draven, o alfa supremo e você é a minha companheira!

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