Parte V

- Matar um gato preto, na encruzilhada com bombas, na lua nova. Esse era o seu pensamento, repetitivo, instante por instante. – Centenas de mulheres, ou seria milhares.

Não dormia direito havia um bom tempo, tempo suficiente, para se concentrar na tarefa já sabia onde encontrar um gato preto, o dia então chegou, jogou um saco de cebola em cima do gato o capturando na primeira vez, amarrou o saco jogou em um balde com inúmeras bombas juninas, levou até encruzilhada, o gato ainda miando de raiva, ouvira o riscar do fósforo, explodiu assim como todas as bombas.

Ele faz aquele ritual, totalmente fascinado, agora só iria esperar o próximo dia que assistiria ao tape, faltavam dois dias, sua consciência começou a pesar, nesses dois tinhas de sonhos, teve os piores pesadelos, ouvira vozes e mais vozes o atormentando enquanto ele corria pelado em uma casa afundando em uma lagoa de sangue e ossos e ao redor inúmeras mulheres peladas, acorda com a sensação de uma sombra ter saído do seu corpo, dois dias consecutivos com o mesmo pesadelo, vai até a casa de Sérgio querendo desfazer aquela maldição, Sérgio nega a fita dando para ele, ele sem condição ateia fogo no vídeo-tape.

Não fazia sentido, pensava ele, matar um gato, em meio a tanto simbolismo, com fogo, numa Cruz, se arrepia, ouve a voz da sua mãe.

- Luizinho, estou indo ao mercado.

Ele tem que entrar e tomar conta da casa.

Estava desesperado por ter matado o gato, os pesadelos o assustavam, quando decide orar, um vulto negro sentando em uma poltrona da sala de vídeo o observa.

- Vamos prosseguir?

Ele atordoado e paralisado pensava em desistir, mas como? Parece que já vendera a alma ao diabo, não tinha como retornar.

- Vamos continuar?

Não respondia não tinha mais opção.

- Sim, o que tenho que fazer.

- Confesse para Sérgio o que tu fez, desde das vozes do k7 até a morte do gato.

- Como assim?

A vulto desapareceu.

Terei que me confessar para Sérgio, pensou em procurar as palavras certas, andava de um lado ao outro da casa nervoso, até que decidiu fazer o certo.

Contou tudo a Serginho, desde o início.

- Então foi você que ele escolheu.

- Como assim?

Estava sem compreender muitas coisas entre essas por que, ele era o escolhido.

- Luis, eu também escuto vozes, mas não sei como explicar as pessoas, não quero ser chamado de louco por ninguém, porém não sei se é algo santo ou demoníaco, sempre ouvia essas vozes no vídeo de putaria, até que um dia, repetiu várias e várias vezes.

- Empreste um vídeo desses.

- Empreste um vídeo desses.

- Empreste um vídeo desses.

- Repetia sem parar, até que você chegou, falando sobre mulheres peladas e tudo mais, me veio a mente de seguir essa ordem, a conversara fora avançando tempos depois, falando que seria um dos maiores dono de aposta do mundo, só era esperar o escolhido. Concluiu Sérgio.

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Sergio Lima, agora escutava a voz de seu mestre que fora desperto, na sala de ossos, ouvia as próximas ordem que terá que seguir.

- Você terá que matar Luís Boris, depois que a orgia acabar e ele for dormir, entre na mansão, aquela casa é minha.

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Luis Boris, estava cambaleando, tateando na parede.

- Realmente valeu a pena. Conclui

- Amanhã irá ter a mesma esbórnia. Deita em sua cama dormindo totalmente alcoolizado e saciado sexualmente.

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Sérgio Lima pega o punhal que todos da fraternidade possuí, coloca dentro do bolso, entra no prostíbulo de Boris, já não era mais ele que obedecia aos seus impulsos, e sim seus impulsos que seguiam uma ordem maléfica, tira o punhal, e apunhala Luis como era conhecido na infância, antes de fritar um morcego e devorar como lealdade a satã, ficara conhecido como Boris, ou Luís Boris, que agora estava acordado agonizando, com sua garganta espirrando sangue, saindo pela boca e pelo nariz, ofegante, sem ar, desfalece, antes de tudo embaçado presencia um homem muito belo ao seu lado.

- É preferível que você fique do lado de cá.

Fora a suas últimas palavras.

Adriano Cerqueira estava no vale de ossos em reunião com a fraternidade, queria ouvir do seu mestre, mas havia se silenciado.

- Pronto.

- Deu certo?

- Já disse.

Adriano Cerqueira, era o panfleto do candidato mais bem votado para presidência, agradou a todos de neoliberais a comunistas, era o nome da vez, ninguém sabia de onde tinha aparecido falar do nome Jorge Campelo, mas seu currículo era extraordinário, todas as vozes confirmavam no horário político.

- Ele é um dos melhores patrões que temos, me deu até uma casa.

Afirmava um senhor, com roupas de operário de construção civil.

- Com certeza, vou votar nele.

Era o que todos diziam.

A nação ouviu mais de oitenta por cento em um só grito.

E aqueles que optaram por um caminho estreito os outros vinte por cento, sempre condenava ele ser o filho do demônio, perceberam uma risada maléfica em seu semblante, não podiam explicar o que era, mas também não poderiam votar nele.

Jorge Campelo o nome do enviado de Satanás, que agora estava na casa presidencial do país, pavimentou o local de inúmeros quadros, escolhidos a mão por artistas que o servia, com mensagens subliminares.

- Mestre e agora?

Agora que iremos dar continuidade, o anticristo se levantou.

Tempos depois, o partido fora conquistando aceitação no cenário político internacional, país por país aceitavam as ideologias, muitos ergueram inúmeros governantes em prol da virtude da fraternidade.

“ Até que ponto nossa intuição pode nos guiar, será ela benéfica ou maléfica, se persistirmos em um caminho em que todos considera ser insano, descobriremos a que senhor servimos, em que lado da balança estamos?”.

Se em um momento de incompreensão objetivarmos ter poder, dinheiro, sem observar as consequências no caminho, nos faríamos digno de tal recompensa, mesmo sendo uma oferta das trevas, faríamos seres digno do paraíso, passar por cima do próximo em busca de saciar nosso ego, e quando estamos sendo usado por algo maior do que nós, estaríamos sobrevivendo as formas de negatividade que nossos pensamentos se envolveram em um labirintos obscuro, ou se na calada da noite, ainda queremos o beijo da amada, eis que surge a palavra bela em seu significado, ética, o que nos faz seres corretos, com ética para sobrevivermos no mundo contemporâneo e de constante transformação, seria as opções ou nosso destino já traçado, tal qual a história do presidente.

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