Rose Pritchard cresceu sendo maltratada e desprezada pelo pai, vendo nas atitudes dele o pior lado do homem. E criou em si a certeza que todo homem é cruel, e com isso, fez um juramento de nunca se casar. Porém, quando sua irmã caçula, encontra um pretendente, o pai lhe obriga a também se casar. Rose fará de tudo para evitar a ordem de seu pai. Dimitri Wright é um homem honrado que tem sua vida voltada para o trabalho e sua luta por um mundo melhor, tornou-se um político respeitado e almeja por um cargo importante junto ao futuro Rei. Porém, quando seu pai descobre uma grave doença, ele decide lhe dar a alegria de ver o único filho casado. Dimitri espera encontrar uma esposa que possa ser sua companheira, mas acabará encontrando muito mais do que um dia sonhou. Um plano sórdido mudará para sempre suas vidas. Quando o pai de Rose, a obrigar casar com o noivo de sua irmã. Dimitri precisará encontrar um modo de mostrar para ela que os homens não são monstros. Será ele capaz de conquistar sua confiança? Rose terá que encontrar força no lugar mais inesperado, dentro de si mesma. Será que ela conseguirá confiar?
Ler maisEsta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
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Epígrafe
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar. Lutar pelo amor é bom, mas alcança-lo sem lutar é melhor.
William Shakespeare
Rose
Escuto a porta bater e sei que papai chegou bravo, certamente irá descontar em mim sua raiva, ele sempre faz isso, não sei por que odeia-me tanto. Papai sempre reclamou por não ter filhos homens, mas aparentemente o fato de Daisy também ser menina não o incomoda, ele faz tudo por ela, diz que um dia ela será uma grande dama e se casará com um nobre muito importante, talvez até mesmo um príncipe.
Quem vê a nos duas juntas, não diz que somos irmãs, não apenas pelo fato de que com dez anos eu seja mais alta que Daisy, que tem só oito anos, mas fisicamente também, dado quê, enquanto Daisy tem a pele clara como porcelana, os cabelos loiros e olhos verdes, assim como nosso pai, eu tenho a pele oliva, os olhos e cabelos negros, como o céu em uma noite sem estrelas. Não sei a quem puxei para ser assim, já que mamãe tem a pele clara, os olhos azuis e cabelos cor de mel.
Papai entra em nosso quarto e vai até a cama de Daisy, ela passou o dia todo deitada, vejo que ele trouxe um pacote de presente. Ele sempre dá presentes para ela quando fica doente, mas para mim, nem em meu aniversário, ele dá algum presente.
— Como vai minha princesinha?
— Estou melhor, papai.
Ele lhe entrega o presente, fico olhando ela abri-lo, é um arranjo de cabelo com detalhes em pérolas, muito lindo, e depois de dar um beijo em sua testa, papai sai do quarto, sem nem ao menos olhar para mim.
Pouco depois desço para ajudar Grace com o jantar, ficar com ela na cozinha é a melhor parte de meu dia, pois gosto de cozinhar, e ela sempre me ensina com carinho. Chegando aos pés da escada, ouço vozes vindas do escritório, e mesmo sabendo que devo ir logo para a cozinha, paro para ouvir o que está acontecendo.
— Arrependo-me da m*****a hora que lhe aceitei em vez de mostrar a todos a vagabunda que realmente é. E a recompensa por minha bondade é ter que criar àquela menina.
É a voz do papai, sinto que ele está falando de mim, mas não tenho a chance de ter certeza, pois papai me vê ali e fica furioso por eu ter ouvido a conversa deles. Pegando-me pelo cabelo, papai me arrasta até o pequeno armário embaixo das escadas e me prende ali.
Já faz muito tempo que estou aqui, sei porque minha barriga dói de tanta fome que estou, para evitar que os ratos subam em minhas pernas, me encolho o máximo possível no pequeno espaço. Há tempos que não tenho mais medo dos ratos ou aranhas, mas não falo isso em voz alta, pois, é por pensar que tenho medo que papai me prende aqui, se souber, ele pode pensar em um novo castigo para me punir quando fizer algo que o desagrade. Em alguns momentos penso que só a minha existência já é para ele um grande motivo.
Ouço barulhos na sala e fico o mais quieta possível, parece estar vindo da direção à porta, deve ser papai para me bater e então me liberar do castigo, prendo a respiração ao ouvir o trinco de madeira sendo girado; essa é uma parte que nunca vou me acostumar, me encolho ainda mais quando a porta se abre, me preparando para o primeiro golpe, mas ele não vem.
— Rose, saia, somos nós. — Essa não é a voz de papai, é uma voz que sempre me acalma, a voz da esperança, é Nathally.
Relaxo um pouco e abro os olhos, mas a claridade é tão forte que preciso cobri-los.
— Nathally, é você?
— Sim, viemos lhe resgatar.
Tento me levantar para sair, mas minhas pernas doem e não consigo, estou muito fraca, sinto alguém me segurar e assim consigo levantar e sair. Olho para minhas salvadoras, Nathally e Alice, duas das pessoas mais importantes para mim, e minhas únicas amigas.
Nathally é filha de tia Sophie, irmã de mamãe, ela é apenas alguns meses mais nova que eu, e assim como nossas mães, tem a pele clara, os olhos azuis e cabelo cor de mel. Ela é extrovertida e muito divertida, seu pai é o tio Oscar, que é guarda real e protege o Príncipe Anthony, e por conta disso, raramente está em casa. Já Alice é filha de tia Julie, irmã de papai, ela já tem 11 anos e é praticamente idêntica à Daisy, porém, seus cabelos são cacheados, ela é muito afável, seu pai é o Duque Plymouth, e o único homem gentil que existe.
— Como souberam que eu estava aqui?
— Quando não apareceu na missa, nós logo suspeitamos. — Nathally explica.
Então hoje é domingo, isso significa que fiquei mais de dois dias presa nesse armário, não é por menos que me sinto tão fraca e não consegui me levantar, nunca fiquei tanto tempo presa.
— Rose, vamos para minha casa, meu pai vai lhe proteger.
A oferta de Alice é tentadora, poder ir para sua casa e ser bem cuidada será bom demais, mas se eu for papai ficará furioso com minha fuga e o castigo será ainda pior. Porém, pensar em voltar para o armário é mais assustador do que pensar em papai bravo, e por isso com a ajuda das meninas, saio de casa.
Alice veio com um cavalo de seu pai, e após estarmos às três montadas, saímos a galope pela cidade, é muito bom sentir o ar fresco em minha pele e meu cabelo balançando com ao vento.
Ao chegar à casa de Alice, tia Julie me pediu para sentar e contar o que aconteceu, apenas lhe falo que estava de castigo sem comer, sem entrar em muitos detalhes. Vamos para o quarto, e logo uma criada vem trazendo uma bandeja cheia de comida, Nathally pega o prato e vai intercalando entre nós duas, ela faz isso há muito tempo, sempre que papai está bravo demais, corro para casa de tia Sophie.
— Rose o que aconteceu, porque estava de castigo? — Nathally pergunta ao me abraçar.
— Na quinta, eu ouvi papai discutindo com a mamãe, disse que ela era uma vagabunda e que se arrependia de tê-la aceitado, e por de ter que me criar. — Só queria saber o porquê papai não gosta de mim.
— Eu não entendo por que tio Karl é assim, como ele pode ser tão rude? — Alice parece confusa.
— A única coisa que sei é que, com exceção do seu pai, todo homem é rude e só pensa em si mesmo. — Penso na mamãe chorando quase todas as noites. — Por isso, aqui com vocês, eu juro que jamais irei me casar.
— Você não pode fazer isso, sabe que mulheres solteiras não são bem-vistas pela sociedade. — Alice como sempre é sensata.
— Prefiro ser uma solteirona mal falada e ficar sozinha, do que viver sujeita a um homem que me fará sofrer e me verá apenas como um objeto dele.
— Rose, nem todo homem é assim, você pode casar com um homem gentil como meu pai.
— Alice, eu sei que seu pai é um bom homem, mas admita que ele é uma raridade, eu sei porque vejo como os amigos de papai são, homens não prestam. Estou decidida, jamais me casarei.
— Rose está certa, homens só irão nos prender em casa, também não irei me casar, seremos uma dupla de solteironas e vamos viver grandes aventuras pelo mundo. — Nathally parece muito animada com a ideia.
— Seremos um trio, juramos estar sempre juntas, e estou com vocês para tudo que vier.
Ver Alice concordando é animador, mas no fundo, sei que ela está nessa não apenas por nos apoiar, mas por sua paixão pelo Príncipe Anthony, desde que ela foi um dia no palácio com tio Justin e o viu, isso foi há mais de um ano, ela tem adoração por ele, mas todas sabemos que dificilmente ela ficará com ele, quando estiver na idade de casar.
E assim, depois de dias sem comer e dormir bem; deito-me entre as meninas, que ficam fazendo carinho em meus cabelos, até por fim adormecer. Tenho muitos pesadelos durante a noite, em grande parte com papai me batendo, e que sempre acaba com um homem grande aparecendo e me protegendo da surra.
Acordo pela manhã e fico pensando no pacto que fizemos, e em como nossos pais ficarão furiosos ao saber. Mesmo tio Justin sendo gentil, não gostará nada de saber que Alice não irá se casar, isso poderá causar problemas para ele, pois sendo membro do Parlamento, não ficará bem tendo uma filha solteirona, ainda mais, ela sendo sua única herdeira. Entretanto, ele a ama e quer – acima de tudo – que ela seja feliz, o mesmo vale para tio Oscar, apesar de nunca estar por perto, ele quer a felicidade de Nathally, mas, eu não tenho essa esperança, papai nunca me amará e nem mesmo quer me ver feliz, ainda sim prefiro ficar com ele ou fugir, do que casar e sofrer como mamãe.
Descemos para tomar café, sei que logo terei que voltar para casa e enfrentar a fúria de papai por minha fuga, mas não tenho outra opção. Quando entramos na sala, vejo a tia Julie sentada no sofá, com a mesma roupa que ontem, ela nos explica que tio Justin não voltou para casa, e vejo como está angustiada com isso, ela tem um bom marido e se preocupa com ele.
Estamos tomando café quando tio Justin chega, seu rosto muito abatido, aos poucos ele nos conta que o Rei Herbert e a Rainha Stephanie faleceram em um trágico acidente enquanto voltavam de uma viagem, por conta disso, todo Parlamento esteve reunido desde ontem para decidir o futuro do reino, pois como o Príncipe Anthony, com apenas 11 anos, é muito jovem reinar, alguém precisa assumir o trono até que ele chegue a idade para ser o Rei, que será aos 21 anos. Somente essa manhã, eles entraram em um consenso e ficou decidido que a Princesa Caitlyn assumirá como Princesa Regente, assim, pela primeira vez na história; teremos uma mulher no trono da Inglaterra.
Levou um tempo para que tio Justin notasse a minha presença, ele sabe o que acontece comigo em casa, afinal, não é nenhum segredo em nossa família como papai me despreza, sendo um homem inteligente, sabe o motivo pelo qual estou aqui, mas ainda assim, fica muito bravo quando Alice conta que passei mais de dois dias presa, sem comer. Encolho-me com medo, mas ao ver que me assustei, tio Justin se controla e pede que eu termine a refeição, para que possa me levar para casa.
Gostaria de dizer a ele que não precisa, porém, por mais gentil que tio Justin seja, ainda sim, é homem e não tenho coragem para contradizê-lo. Fico o caminho todo com medo de que sua presença, apenas deixe o papai mais irritado, e torne o castigo por minha fuga ainda pior.
Em casa vejo que não estava errada. Papai está furioso, mas como tio Justin está comigo, apenas me manda para meu quarto dizendo que depois conversaremos; o que significa uma grande surra. Tio Justin diz que precisa conversar com papai e os dois vão para o escritório, enquanto eu vou para meu quarto, esperar pelo que virá.
Rose Aplausos soaram por toda parte enquanto o Rei aparece na sacada do Palácio, hoje é o aniversário de 25 anos do Rei Anthony, e uma festa especial foi preparada, porém o mais esperado pelo povo é o grande discurso que ele fará, eu como esposa do Conselheiro real, sei o que será falado, mas ainda sim permaneço no aguardo com todos. Para o evento de hoje, apenas um seleto grupo de nobres foram convidados, mas para que todos pudessem ouvir o discurso, o Rei escolheu o fazer na sacada, de modo que os nobres ocupem os jardim real e o povo fique em frente aos portões do Palácio. Meu olhar está preso em meu amado esposo, que está orgulhoso do lado direito do Rei, esse momento foi muito esperado por ele, Dimitri olha para baixo e dá um sorriso para mim e para nossa filha, Valentina, de apenas 3 meses e 14 dias, que dorme tranquila em meus braços. Aleksey e Jack ficaram em casa com meu sogro e dona Masha, os meninos são muito apegados ao avô, onde Ronald está eles estão atrás, já com dona
Anos depois Rose Hoje é um dia especial, é muito bom poder celebrar mais um ano de vida de Dimitri, o homem que me deu tanto amor e transformou minha vida. E para comemorar essa data especial, hoje teremos um maravilhoso almoço em família. Ao notar que Dimitri está acordado, começo a dar beijos em seu corpo até chegar em seu membro e então lhe proporcionar muito prazer, sorrio ao ouvi-lo dizer meu nome com tanta devoção enquanto chega ao seu ápice. Rapidamente Dimitri me virou na cama e retribui com beijos o prazer que acabei de lhe dar, e então nos amamos loucamente. Após ambos atingirmos o ápice do prazer, me deito em seu peito e o beijo de forma calma. — Feliz aniversário, meu amor. — Obrigado minha querida. — Vou buscar seu presente. — Digo me levantando. Sem me preocupar em vestir algo, vou até o closet e pego o pequeno pacote com seu presente, volto e sento na cama, fico olhando enquanto ele abre. Esse ano lhe comprei um relógio de bolso em ouro e na tampa a desenhada uma
Rose Seguimos até a igreja da vila, que está toda decorada com lírios para nosso casamento. Me sinto ansiosa para que se comece a cerimônia, quero tanto poder entrar e fazer nossos votos. Enfim chega o momento de minha entrada e de braços dados com meu pai, sigo o caminho até o altar com um sorriso no rosto, que aumenta ainda mais ao ver Dimitri ali em pé, me esperando sorridente. A cerimônia é iniciada e não conseguimos parar de sorrir um para o outro, nem mesmo durante nossos votos, nosso sorriso diminui. — Rose, durante esse ano que passamos juntos, muitas foram as provações que tivemos e que tentaram nos separar, mas nosso amor foi mais forte e permanecemos juntos, um amor tão grande que gerou dois lindos filhos, que são nosso orgulho. Minha querida Roza, hoje com a convicção que te amo, e diante de Deus e de nossa família eu te prometo que sempre estarei ao seu lado, que dedicarei minha vida a cuidar de você e de nossos filhos e sempre lhe serei fiel e te amarei até o meu últi
3 meses depois Rose Olho-me no espelho e me sinto muito bela, sou uma noiva muito bonita e feliz. Ainda não consigo acreditar que isso está mesmo acontecendo, parece um sonho que hoje irei me casar novamente com Dimitri. Recordo o dia que Dimitri me contou o que estava planejando, foi no dia que Aleksey e Jack completaram 2 meses e eu enfim estava liberada do resguardo, pois por serem gêmeos, acabei ficando por 60 dias em vez do usual de apenas 40 dias, eu quis saber quando iremos fazer amor novamente. Flashback — Tenha calma, meu amor. — Seu sorriso me tirou o fôlego. — Nesse momento vamos nos dedicar a cuidar de nossos meninos, sei o quanto tem estado cansada por cuidar dos dois. Não podia negar que tinha estado mesmo cansada, não é fácil cuidar de dois bebês, Dimitri contratou duas tutoras, uma para cada um dos meninos, além de conseguir uma ama de leite, pois não consigo sempre alimentar os dois. Todavia, não abri mão de estar sempre presente e cuidando dos meus meninos, com
Dimitri As horas vão passando e nada de nosso filho nascer, o único som são dos gritos de Rose, e fico mais nervoso a cada vez que alguém diz ser normal demorar assim, até mesmo o médico me garante que sua mãe está fazendo o melhor possível para garantir que meu filho e esposa fiquem bem, e que se for preciso, ele já está aqui para socorrer Rose e o bebê. Quando sinto que não poderei mais ficar aqui apenas esperando enquanto ela está lá sofrendo, um som diferente chega até mim, o choro de meu filho. Me encho de alegria, meu filho nasceu, minha Roza conseguiu. Vejo todos a minha volta comemorando, mas ainda me sinto em estado de choque, não acredito que esse momento esteja de fato acontecendo. Meu pai veio até mim e me abraçou. — Comemore, seu filho acabou de nascer. Concordo com ele e o abraço feliz, em seguida sou abraçado por todos, e meu único desejo é poder ir logo abraçar minha Roza, porém nossa comemoração é interrompida quando escuto um grito ainda mais alto que todos os o
DimitriAssim que entro em casa, escuto seu grito e me angustio ainda mais, minha mulher está sofrendo e com dor, sigo o caminho até o quarto que presumo que ela esteja, mas o chamado de meu pai me faz parar.— Dimitri, venha para a biblioteca, lá não é lugar para um homem estar.Por mais que entenda que meu pai está certo, minha vontade em estar com Rose é maior ainda, porém sei que minha presença pode acabar fazendo Rose se sentir envergonhada e acabar atrapalhando ela nesse momento. Então mesmo contrariado sigo para a biblioteca e me sento ao seu lado, ao menos aqui é mais perto do quarto e me sinto mais próximo de Rose. Vejo dona Tayla sentada em outro sofá, com a pequena Yeva no colo, presumo que Katya deva estar com Rose nesse momento, Reyhan está sentada ao seu lado, Nathally também deve estar no quarto, ela não deixaria Rose justo nesse momento difícil. Agora preciso entender o que houve hoje, pois algo deve ter acontecido para antecipar o nascimento de meu filho.— Meu pai, o
Último capítulo