71. Conte-me o que aconteceu
Enquanto saio da masmorra com Carina nos braços, os guardas nos encaram com o rosto contorcido Meu cheiro está nela, sabem que não devem desejá-la. Amparo-a pela cintura no início, mas decido carregá-la assim que atravessamos o corredor principal. Ela está frágil, os braços envolvem meu pescoço como se temesse ser arrancada de mim a qualquer momento.
A raiva ainda queima, junto a um sentimento de impotência que me destrói. Saí por pouco tempo e tudo se converteu num desastre, o palácio não é um lugar seguro para uma garota sem a proteção de uma família importante, ainda que tenha o favor de alguém como eu.
Passamos pelo centro de punições, paro diante da encarregada, que nos encara sem muito interesse.
Sou obrigado a soltar Carina para que a senhora verifique as marcas, mas depois a pego novamente.
— Carina foi castigada. A partir de agora, qualquer punição dela passará por mim primeiro. Entendido?
A mulher assente rapidamente, está com medo.
Não perco mais tempo ali, o calor da