34. CHARLES, O INEXISTENTE 3
POV: CARINA {aniversário de dezesseis anos}
— Achou mesmo que a caixa de música seria o único presente? Venha comigo.
Charles sussurra ao voltar para meu quarto.
Já estou na cama, é tarde, e ele engancha o braço em minha cintura para me ajudar a ficar de pé. Quero voltar para a cama sem parecer uma ingrata, depois de hoje me sinto culpada por ter confundindo um pesadelo com a realidade.
Pensei mal de alguém que sempre foi bom para mim.
Charles venda meus olhos e entramos no que parece ser uma atalho. O cheiro de umidade é forte, e a quantidade de degraus interminável.
Tenho que correr para acompanhá-lo, pois não diminui o ritmo nem me solta.
O cheiro de terra molhada me atinge e quase consigo sorrir.
Assim que chegamos no local certo, Charles tira a venda dos meus olhos e eu vejo algo que só fizemos na torre.
A toalha de mesa cheia de doces e a caixa de música no centro.
—Você se lembra.
Apanho a torta de morango e enfio na boca, é pequena, então uma mordida é suficiente para fazê-l