— Para, chega! — Lucas interrompeu a fala de Mônica. — Irmã, você tá pensando besteira demais.
— Então, quem era a garota que atendeu o celular?
Vendo que Mônica não ia deixar o assunto morrer, Lucas massageou a testa, já se preparando para inventar uma desculpa:
— Não era uma garota. Era um amigo meu. Ele só tem a voz fina... Parece mulher.
Mônica ficou tão chocada com a resposta que pisou no freio bruscamente, parando o carro. Ela virou a cabeça para ele, incrédula:
— Você... É gay?
Lucas fechou a cara na hora e respondeu, quase gritando:
— Claro que não!
Mônica, no entanto, achou que ele estava tentando esconder. Para não pressioná-lo, tentou soar tranquila enquanto dizia:
— Tá tudo bem, sabia? Hoje em dia isso é super comum. Mas, por enquanto, não fala nada pra mamãe. Conheça ele melhor antes, sem pressa.
Durante o resto do caminho, o clima ficou um tanto desconfortável. Mônica acreditava que homossexuais geralmente enfrentavam muitas dificuldades de aceitação e