DANTE
Três e quarenta e sete da manhã.
Eu sabia a hora exata porque tinha passado as últimas horas olhando para o relógio na mesa de cabeceira, vendo os minutos se arrastarem com uma lentidão torturante.
Não consegui dormir.
Nem por um segundo.
Cada vez que fechava os olhos, via ela. O vestido preto colado no corpo. O sorriso provocante. Os dedos roçando no meu braço. A mão tocando minha perna por baixo da mesa.
E aquelas palavras. Aquelas malditas palavras que ecoavam na minha cabeça como uma maldição.
"Sonhe comigo."
Levantei da cama, desistindo de tentar dormir. Vesti uma calça de moletom e desci as escadas no escuro, guiado apenas pela luz fraca que vinha da lua através das janelas.
A casa estava em silêncio. Aquele silêncio pesado, opressivo, que me lembrava a cada segundo que eu estava sozinho.
Fui até a cozinha, peguei uma garrafa de uísque e um copo. Não era a melhor ideia beber sozinho às quatro da manhã, mas eu precisava de alguma coisa para acalmar a tempestade dentro de mi