LÍVIA
Quando entrei no quarto e fechei a porta, minhas pernas tremiam.
Encostei-me na porta por um momento, fechando os olhos, tentando acalmar o coração que batia descompassado. Ainda sentia o calor do olhar dele em mim. Ainda ouvia o modo como minha voz soou quando disse aquelas últimas palavras.
"Sonhe comigo."
Eu tinha dito. Realmente tinha dito.
E a expressão no rosto dele — aquele misto de choque, desejo e algo perigosamente próximo de rendição — valia cada segundo de coragem que precisei reunir.
Caminhei até a cama e me joguei nela, encarando o teto. Meu corpo estava elétrico, vivo, como se cada terminação nervosa tivesse despertado de uma vez.
Porque funcionou.
Cada parte do plano que tracei nos últimos cinco dias tinha funcionado.
O vestido. Os toques sutis. Os olhares prolongados. A provocação calculada.
Dante tinha me visto. Realmente me visto.
E mais do que isso — ele tinha reagido.
Vi nos olhos dele. Na forma como ele desviou o olhar quando me ab