DANTE
Sexta-feira chegou rápido demais.
Os últimos cinco dias tinham sido um inferno de reuniões, relatórios e decisões que exigiam toda a minha concentração. Eu me forcei a trabalhar até tarde, a preencher cada segundo do dia com algo produtivo, qualquer coisa que me impedisse de pensar.
De pensar nela.
Mas à noite, quando voltava para casa e o silêncio me engolia, ela estava lá. Nos meus pensamentos. Nos meus sonhos. Em cada segundo de quietude.
Lívia.
E hoje, sexta-feira, eu teria que vê-la de novo.
Rafael entrou no meu escritório por volta das cinco da tarde, quando eu estava terminando de revisar os documentos que precisava discutir com Roberto.
— Você vai mesmo? — perguntou ele, direto.
Não precisei perguntar sobre o quê. Ele sabia. Claro que sabia.
— É trabalho, Rafael. Não posso simplesmente cancelar uma reunião com meu maior investidor porque...
— Porque a filha dele te deixa louco? — ele completou.
Fechei a pasta com mais força do que o necessário.
— Não é assim.
— Não? Entã