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* Não Fiz nada para Você *

— Eu tive uma ideia para nos ajudar com a sua "fuga".

— Eu acho que só vocês dois falando que não volto para aquele lugar já ajuda. E posso pedir ajuda as minhas leitoras e a editora, todo mundo. Sei que ficaram do meu lado.

— O mundo inteiro pode ficar ao seu lado, assim também como podem ficar do lado de Ronny, afinal, quem o traiu foi você e apesar de ter feito tudo isso por amor, ou desejo carnal, não tira o foco que houve uma traição. Então precisamos trabalhar com cuidado contra isso.

— E para piorar, Ronny e Vicent Tornneght são pessoas públicas e ricas, poderosas... - Acabou rindo. — Mas eu tenho um plano.

— Que tipo de plano, pai? Vai ameaçar meu marido?

— Eu poderia fazer isso, chamaria um exército grande, sou um policial aposentado e posso fazer isso, mas seria muita coisa para resolver. - Maressa encarou a filha com um sorriso pequeno.

— Queremos falar com o Vicent... Ele saberá como controlar o próprio filho dele, nem que para isso se suje no meio desse lugar chamado sociedade exclusivamente rica. - Clarisse voltou-se a mãe, totalmente surpresa — O que? Não tenho nada contra esse homem.

— Espera... Não podemos fazer isso se o nome do meu filho for incluído. Aceito qualquer coisa, desde que não precise expor meu filho. - Os dois levantaram — O Jasper é filho do Vicent, Ronny jamais vai deixar que ele saiba disso.

— Você prefere voltar para a casa onde era quase uma prisioneira ou viver conosco em paz?

— Acham mesmo que depois do Vicent saber que tem um filho comigo, vai me deixar em paz? Vai querer conviver com meu filho, vamos ter que nos encontrar. E ele vai está aqui presente, e o Ronny não vai aceitar, eles podem acabar um com a carreira do outro e eu ali no meio. Agradeço a ajuda de vocês, mas quero resolver sozinha, porque se essa é a única ideia, não acho que vá dar certo.

— Vai tentar resolver sozinha? - Ela concordou - Clarisse, estamos aqui para te apoiar, tá bom? - Ela assentiu escutando os passos apressados de Jasper voltar pela sala subindo as escadas novamente - Podemos almoçar fora?

_-_

Quando a última mala foi colocada no chão, Ronny estudou todo o quarto de hotel antes de caminhar em direção às janelas e abrir uma por uma revelando a grande cidade de Seant, a mesma a qual tinha deixado a seis anos para viver de amor com sua esposa e o filho que não era seu. Deveria ter demorado muito mais tempo, jamais voltaria para aquela cidade onde teve seu amor roubado pelo último homem a qual ele achou que seria traído.

Engoliu a seco pensando na possibilidade daqueles dois se encontrarem. Não, não deixaria isso acontecer jamais. Colocaria alguém para espionar Clarisse vinte e quatro horas por dia, queria saber seus passos e tudo que fazia naquela semana inteira que estaria ali.

Se arrumou naquela manhã para almoçar com o grande Vicent Tornneght, a pedido do mesmo. Não queria ter um encontro assim logo de cara, mas sabendo que outras pessoas estariam ali para cumprimentar o grande filho de Vicent, iria ajudar. Naquela semana se dedicaria a ser não apenas um filho, como também um CEO de grande nome em crescimento.

Saiu do hotel indo para o lugar onde já o chamou de lar, a casa de seu pai que também era sua. Muita coisa ali tinha seu nome, porque antigamente quando sua vida era normal, Vicent deixava claro o quanto o amava e lhe dava tudo, e pelo que seus advogados tinham dito nada havia mudado… não tanto.

Cada canto ali, até mesmo o jardim lhe traziam de volta as lembranças antigas… aquele lindo jardim já foi cenário de transas intensas com Clarisse. Estacionou em frente às portas e para um almoço de negócio tudo estava muito silencioso e vazio. Será que tinha sido enganado? Seu pai estava querendo subir outra vez nas suas costas.

Desceu do carro a tempo de ver Dylan abrir a porta… É realmente as coisas não tinham mudado.

— Ronny… quanto tempo. – Abraçou o homem quando chegou, lhe deu dois beijos como fazia antes e lhe segurou pelos ombros — Está tão crescido. A vida de casado lhe caiu muito bem.

— Aposto que sim, e você? Casou? Ou ainda é escrava daquele babaca? – Dylan sorriu o puxando para dentro da casa.

— Quem é o babaca? O Vicent? – Ronny apenas revirou os olhos parando na sala novamente. Aquele lugar realmente lhe trazia muitas lembranças — O almoço começa às 14hs porque um dos envolvidos pediu ao seu pai, e ele acatou.

Ronny olhou no relógio, não era nem meio dia. Revirou os olhos.

— Eu vou avisar que está aqui.

Saiu em direção ao escritório.

Ronny subiu as escadas a passos lentos, saboreando o momento. No topo seguiu para seu quarto abrindo a porta logo depois. Algumas coisas haviam mudado, pôsteres das suas mulheres preferidas, coxas de camas, cortinas, tudo. Caminhou para dentro, chegando à janela, o jardim estava mais seco, onde estavam as flores?

— Tem alguma coisa errada por aqui? – Seis anos haviam passado e aquela voz chegava a lhe dar arrepios e uma sensação de conforto junto com ódio mortal. Tudo ao mesmo tempo.

— Tem… você, claro – Virou para ele e até se assustou. Vicent estava duas vezes maior que a última vez, o cabelo, os braços, será que tinha crescido na altura também? — O que você fez?

— O que eu fiz? – Olhou para si depois para o filho. — Não fiz nada para você. Que bom que veio até aqui – Ronny apenas colocou as mãos no bolso. — Aqui em Seant, não na minha casa.

— Sua casa? E ela não está no meu nome?

— Você escolheu se deserdar, eu não vou ir contra suas escolhas. – Ronny engoliu o ódio já apertando os punhos — Então não, a casa não está no seu nome, mas o quarto ainda é seu, afinal, é meu filho deserdado ou não e não vejo motivos para não ser.

— Você está se ouvindo? – Se aproximou devagar — Não tem motivos para eu mesmo pedir para não ter nenhuma relação com você?

— Claro que não.

— Você transou com minha mulher.

— Ela não era sua mulher. Mas ia ser minha.

— Cala a sua boc-

— Vocês dois… – Dylan apareceu na porta já puxando Vicent para fora — Você desce e vai para seu escritório. E você Ronny, para com isso, vocês precisam tentar se dar bem na frente das pessoas. Vocês vivem por investidores na droga da empresa. Então parem de brigar por uma mulher.

— Minha mulher – Ronny ressaltou e Vicent o olhou dos pés à cabeça e saiu dali.

Antes de chegar ao andar debaixo recebeu uma mensagem de um número desconhecido, no entanto, a origem não era nada desconhecida.

Sorriu.

— Sua mulher o caralho.

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