Adélia Darius
O carro que as levava até a casa da família, subia uma rua ladeada por ciprestes altos e bem cuidados. Ela não percebeu que apertava forte a mão de sua mãe, que a encorajou de todas as formas possíveis, a aproveitar esse momento.
- E se eles não me aceitarem? – perguntou uma vez mais.
- São a sua família, nunca fariam isso. – sua mãe respondeu, sorrindo suavemente.
Ela tinha se recuperado bem da infecção dos ferimentos em seus tornozelos. Mas no fundo, Adélia sabia que levaria muito mais tempo para que Paula, sua mãe e heroína, estivesse forte e totalmente recuperada de todos esses anos de escravidão nas garras daquele doente.
Apesar de estar linda com um vestido cor de creme, ela tinha marcas no rosto, nos braços e principalmente nos tornozelos, onde as algemas a mantiveram cativa todas as noites. Apesar disso, sua mãe não demonstrava apatia ou tristeza, ela sempre tinha aquele sorriso fácil e cheio de vivacidade.
Durante a infância, adolescência e agora adulta, Adél