Ponto de vista de Mia
A primeira coisa que notei foi o algodão macio contra minha bochecha, ainda úmido de lágrimas. Por um momento, mantive meus olhos fechados, sentindo o calor da luz do sol da manhã no meu rosto. Meu corpo doía, pesado de exaustão, mas minha mente parecia estranhamente clara — mais clara que ontem.
A mamãe precisava de mim. Ela estava lutando pela vida naquela cama de hospital, cercada por máquinas apitando e paredes estéreis. Não podia desmoronar. Não agora. Não quando ela precisava que eu fosse forte.
Me empurrei para cima lentamente, fazendo careta pela rigidez nos meus músculos. O espelho do banheiro revelou o que esperava — pele pálida, olheiras escuras sob olhos inchados, cabelo emaranhado do sono agitado. Parecia a tristeza personificada. Mas não podia ser essa pessoa mais. Não se quisesse ajudar a mamãe.
O banho quente ajudou, lavando o sal das lágrimas secas. Deixei a água martelar contra meus ombros, tentando liberar um pouco da tensão. Cada respiração