Eduardo
O sol ainda não havia nascido quando Eduardo abriu os olhos para o teto familiar de seu quarto. A noite havia sido longa, insone, mas diferente das noites anteriores de agonia e arrependimento, esta foi povoada por um propósito claro e singular que queimava em seu peito com a intensidade de uma fornalha: conquistar Vivian.
E ele faria isso da única maneira que sabia - não com flores e poesias, mas com a mesma precisão cirúrgica, a mesma obsessão metódica e os mesmos recursos implacáveis que aplicava aos negócios. Se o amor era um campo de batalha, ele seria seu general. Se era um mercado, ele seria seu magnata. Se era uma ciência, ele seria seu pesquisador-chefe.
Às 6h17, ele já estava em seu escritório no 42º andar do edifício Braga, a cidade acordando lentamente sob suas janelas de vidro fumê. A luz do amanhecer banhava a sala em tons de laranja e rosa, um contraste quase poético com a frieza corporativa do ambiente.
- Marcos - ele disse no interfone, sua voz ainda áspera da