Melissa
A noite cai devagar sobre Aislen, mas meu corpo não acompanha o ritmo do céu. Desde a marca, dormir virou uma coisa estranha. Eu fecho os olhos e não encontro silêncio. Encontro ele. Encontro ecos do que Kieran pensa, do que ele tenta esconder, do que ele sente e jura que não sente.
Nyx se espreguiça dentro de mim, satisfeita demais.
— “Ele está tentando ser pedra. E falhando.”
Eu puxo o cobertor até o queixo, irritada com a facilidade com que ela diz isso.
— Nyx, por favor…
— “Você sentiu a saudade dele agora há pouco. Eu senti. E ele sentiu a nossa.”
Meu rosto esquenta.
Não é só saudade. É um puxão constante, como se uma parte de mim estivesse sempre inclinada na direção dele. Mesmo quando tento me distrair. Mesmo quando digo para mim mesma que eu deveria respirar, pensar, ter paciência.
O calor da Bruma já passou do pior, mas deixou um rastro. Como brasas escondidas embaixo da pele. A marca no meu pescoço ainda pulsa às vezes, e quando pulsa, eu sei que ele está pensando em