A Escolha de Pérola
A Escolha de Pérola
Por: Roberta Del Carlo
Capítulo 1

                                                                   Garcia

 A força de Juliano Garcia em uma empresa como a Inovare Sportes só aumentou a produtividade e admiradores em poucos meses, porém sua estadia começava a ser programada para chegar ao fim.

Estava na hora de entregar a empresa para a dona e diretora Pérola.

No início, Garcia achou que seria difícil a sua estadia na cidade litorânea e pacata, porém aconteceu ao contrário, o modo como foi bem recebido pelas pessoas e amigos o deixou mais à vontade e também mais...apaixonado.

A sua agência de publicidade a Risky Business que era situada no Rio de Janeiro estava em boas mãos e os número não caíram como algumas pessoas sugeriram na época e o que deu certo com a sua empresa acabou adaptando para a Inovare que depois de tantas turbulências havia colaboradores fiéis e que lutavam para manter a empresa viva.

Juliano ajustou tudo e descobriu o arrombo que os irmãos Sartori’s suspeitavam e através de relatórios contava tudo para Pérola e para os herdeiros de Vitor Sartori.

Entretanto, para a cidade também fez pequenas melhoras comercias, por exemplo, com o Hotel Sandaro para receber convidados ilustres e até ceder espaços para ensaios fotográficos. As praias também não ficaram de fora e isso agitava e muito o comércio em geral.

Todavia, a sua fiel assistente Bruna também não o decepcionava em nada, além de ser uma companhia excelente também era sagaz nos negócios, porém a jovem não aceitava a sala que ele usava que era bem inferior dos diretores.

A vista da janela dava para o telhado do Galpão Morada, mas para Juliano não havia diferença, pois ali não era o seu lugar de contemplar a paisagem já que não tinha conquistado nada na cidade apenas estava prestando uma ajuda.

Juliano lembrava-se sempre do dia em que Pérola quase deu a luz ali mesmo dentro da empresa e como tudo aconteceu até a chegada do filho do seu amigo e que assim que pode retornou para o Rio.

As suas emoções ficaram à flor da pele.

—Eu acho um absurdo! Você, um empresário de porte passar dias numa sala pequena como essa e investir dinheiro nessa cidade e ainda fechar mais campanhas para quando a dona voltar e encontrar tudo bonito. E antes que eu me esqueça o convite para um coquetel para a nova reforma no ambulatório acabou de chegar e a secretária que ficará com a Pérola é perfeita. Bom, acho que por ora é só mesmo.

A rotina de sempre ouvir as mesmas reclamações de Bruna não mexia em nada com o humor de Juliano que a escutava com um semblante passivo. E até divertido.

— Do coquetel eu dispenso. E mais alguma novidade?

— Não. Os papeis que pediu para enviar para o Risky já estão à caminho. E você está rindo?

— Não. Mas é divertido aqui e manter isso em ordem.

— Divertido? - ironizou a moça.

— Parece que estou começando, só que dessa vez com mais experiência e por um lado aprendo a trabalhar com a paciência já que sou conhecido por ser agressivo nos negócios e o Risky é temido.

—Risky é uma marca forte. Viu como ficaram as filmagens no Alasca?

—Claro.

—Era pra você estar lá e não aqui numa salinha trabalhando para a Pérola.

—Já falamos sobre isso e também já dei o livre arbítrio para você.

—Eu já falei que eu fico e você vai pra casa?

— Não. Antes preciso passar em um lugar, mas você pode ir.

— Vai passar o final de semana aqui?

— Ainda não sei.

Bruna foi reunindo todas as anotações de Juliano e também guardando na mochila de couro até o squeeze térmico que carregava para todo o canto.

— Já está tudo arrumado as suas coisas e já estou indo pra minha casa. No Rio. Até terça.

Juliano tinha que admitir o caso com Bruna esfriou ainda após o casamento de Mel e Tony, já que não conseguia tirar os olhos de cima de Pérola, fora toda a cena que vivenciaram dentro daquela sala com as descobertas boas e ruins quase no mesmo instante.

Garcia não queria admitir que ainda era atraído por Pérola.

                                                                     ***

Juliano no final do dia saiu sem rumo, queria pensar na vida e passear na praia parecia um bom programa e depois jantar em algum lugar e ir para casa que tinha alugada de frente para o mar.

Em meios aos pensamentos sempre voltava no que poderia ter feito no passado, caso não tivesse aberto mão da mulher por quem estava apaixonado e se tivesse lutado por ela, será que tinha vencido o seu melhor amigo?

Ele deixou ela para o Vitor, o seu melhor amigo.

Assim que viu os dois passeando pelas ruas de mãos dadas. Felizes. Com os mais belos dos sorrisos então tentou virar aquela página de sua vida.

As lembranças eram fortes e uma pena a Pérola não saber nem a metade.

A vida de Juliano era marcada por muito trabalho e festas. E tristezas.

A sua carreira começou ainda bem pequeno como modelo, na época foi a forma que sua mãe Laura encontrou para sustenta-los já que estavam atolados em dividas, recém separada e uma espanhola de sangue quente acabou aceitando a sugestão de uma vizinha quando dizia que o pequeno Lhi era fotogênico.

O menino de cabelos escuros e olhos verdes realmente encantou os comerciantes infantis foi quando fotos e comerciais começaram a acontecer.

Aos quinze anos tinha vários comerciais gravados e fotografias para grandes marcas, um dia recebeu um convite para trabalhar em Nova York. Na época ele sentia-se muito limitado já que sua mãe não permitia que o filho praticasse esportes radicais para não ter nenhuma fratura, nem fumar e beber pois a sua aparência era importante.

Laura Garcia, morava no Brasil quando deu a luz ao filho, já que o marido seguiu viagem sem eles, sem olhar pra trás. A mulher nunca escondeu o nome do pai para o filho, porém nunca o encorajou a busca-lo. O nome Carlos Vieira era apenas um nome qualquer para Juliano.

Com os anos Juliano começou a deixar Laura e foi correr atrás dos seus sonhos e até dos mais radicais, foi então que sua vida cruzou com Vitor Sartori, o piloto de motocross, revelação daquele ano.

A amizade foi instantânea.

Juliano conhecia muita gente e Vitor chegava com todo o seu lado radical e premiações. E era nas horas vagas, os dois apostavam corridas.

Por volta, dos dezenove anos quando começou a graduar e tomar rumo dos investimentos que ainda geravam pouco lucros e feliz pela vida confortável que ofertava para a dona Laura, foi então que na Espanha participou de uma   competição de triatlo (natação, bicicleta e corrida) mesmo ter ficado em décimo lugar, comemorou com uma vitória única e ao lado do amigo Sartori.

Laura ficou orgulhosa, preocupada, mas muito orgulhosa.

Juliano também era um grande paquerador.

Namorou com algumas modelos e atrizes famosas, mas não durou muito tempo, mas quem já tinha passado pela cama do rapaz, dizia que ele era um grande amante e muito carinhoso.

Com algumas acabou tornando-se amigo e de outras, nem tanto.

"Ele é tudo aquilo e mais um pouco que você vê nas páginas das revistas... Ele é culto, sabe fazer uma mulher rir e sabe dança muito bem, mas tem algo ali.

Algo?

Não. Ele não é isso que insinua... Aquele coração meio latino meio europeu tem algo impenetrável que eu não consegui passar...

Mesmo você sendo um dos rostos mais lindo nos últimos tempos?

Não é a beleza, é um conjunto que eu não tenho e o coração dele rejeita

Você está dizendo que foi rejeitada por Juliano Garcia?

Eu e todas as suas ex"

Essa foi uma das declarações sobre sua vida particular que mais lhe deu dor de cabeça. Sua mãe não gostou. O seu agente detestou. Na faculdade ficou semanas sem aparecer. E para o resto, só sobrou a curiosidade.

Alguns anos depois aquela declaração ainda pesava, e ele achou melhor encerrar a carreira e visar agora a própria empresa.

A despedida seria em grande estilo.

Foi quando o seu coração foi atingindo.

Pérola Franco, uma modelo recém contratada da agência e cheia de compromissos e viagens agendadas seria sua parceira para a suas últimas fotografias.

A moça educada, de sorriso largo e muito simpática não notou o quanto ele estava interessado. E como o mundo dali ficaria pequeno para ambos.

Meses depois, Juliano foi para casa de sua mãe e abriu o seu coração.

—O que houve *Lhi?

—Eu conheci uma mulher. A Pietra contratou uma moça e quer ajudá-la e pediu para tirarmos umas fotos. Eu saindo e a moça entrando...

—Você não quer mais sair?

— Não mãe a minha decisão foi única.

— Filho?

— Eu me encantei pela moça que é apaixonada pelo meu amigo.

— Por qual amigo? Você tem tantos e nem todos são leais à você.

— O Sartori. O Vitor. E veja que ironia são da mesma cidade, coisas em comum e ela mora com a família dele em São Paulo. Ali não tenho chances.

—Justo o Sartori. Mas ele é bom amigo para você.

—E ela é a mulher certa pra mim.

—Agora ela é de outro e se for para ela ser sua um dia. Ela vai ser. Agora vá descansar o voo de lá pra cá é longo e exaustivo e o seu quarto está pronto.

—Eu poderia destruir aquele amor - refletiu Juliano com cólera

—Ter uma mulher por pena ao seu lado, deve ser os piores dos martírios— rebateu Laura — A pior coisa que tem é sentir a sua amada gritar pelo seu nome na hora do prazer e você sabendo que ela queria gritar pelo outro.

Juliano escutou bem aquelas palavras e deixou o ódio se esvair.

Ele sabia que a mãe estava certa.

— Filho deixe que o destino cuide de tudo. Agora, cuide de você, dos seus sonhos e nada de deixar o mal tomar conta da sua vida. Se esse amor estiver em sua vida então vai ser escrito.

—Eu vou fazer isso. Prometo mãe.

Porém, não esquecia como tudo aconteceu nos últimos meses.

                                                                  ***

Bahamas. Dois meses atrás.

—Quero fechar em grande estilo as suas fotos! - Dizia Pietra Lovatore, diretora da maior agência de modelos Coursine Model's, sempre animada.

 — Por isso queria recebê-lo aqui em Bahamas.

— E quando começamos?

—Ainda hoje quero aproveitar o cenário desse paraíso. A modelo veio comigo. A moça é bem simpática, filha de médico.

—Vai pedir uma receita para a moça?

Pietra riu da pergunta de Juliano que era mais que um produto, eram amigos.

—É melhor não, a moça veio de cidade pequena, o pai deve ter odiado a escolha da filha.

—E ela vale tudo isso mesmo?

—Acho que estou certa em investir na garota. Bom, agora suba e relaxe e quando estiver tudo certo aqui mandarei te chamar. A estrela aqui ainda é você.

Pietra já tinha uns cinquenta anos, magra e ruiva e dona de um corte moderno, apesar do jeito autoritário era uma boa pessoa para os seus amigos e o Garcia naquele momento era um deles.

Algum tempo depois, desceu, e viu a equipe trabalhando a todo vapor.

Juliano não queria ficar ali esperando então começou a andar pela praia, foi quando avistou uma moça, que fitava o mar. Ele achou que a moça fosse moradora daquele lugar, mas ao chegar mais perto foi nítido perceber que a jovem tinha algo à mais, além da postura e do olhar escondido pelo rain bad  e usando um vestido curto cor de rosa.

—Oi.

Juliano parou perto da moça, que demorou em responder.

—Oi.

—Fala espanhol?

—Falo, mas podemos conversar em português mesmo.

—Brasileira... Eu também sou.

A moça o fitou com simpatia, apenas.

—O mar tem sempre os seus encantos. Não acha?

—Verdade— ela o respondeu sem encarar.

—Está passeando na cidade?

A moça sorriu, baixou os óculos esporte e o encarou.

—Estou a trabalho.

—Genial! - Juliano ainda não sabia como continuar aquela conversa, oras olhava para a areia fofa que seus pés pisavam ou para o mar. — Eu também estou. Depois podemos sair e tomar alguma coisa?

Mais uma vez a morena sorriu e virou para a direção do mar

—Agradeço o convite mas vou ficar com a água com gás depois das fotos. Eu estou com a equipe e você é o Juliano Garcia.

Juliano riu da situação, riu de si mesmo e de todo o resto.

—Então você a moça que a Pietra contratou.

—Me chamo Pérola Franco.

—Prazer Pérola e bem vinda!

Juliano no mesmo instante deu as costas e se afastou dela o mais rápido.

Ele sabia que tinha se saído muito mal, mas ainda queria conquistar aquela jovem que deveria ter uns vinte um ou vinte dois anos. Horas depois descobriu já sabia tudo sobre a carreira da modelo e por onde passou e duraria pouco assim dizia Pietra.

Na hora das fotos, o clima pesou.

Juliano acostumado a trabalhar com mulheres mais profissionais e umas até colegas então não precisavam conversar antes das fotos ainda mais quando algumas tinha que sair mais ousadas.

Pérola por duas vezes pediu para ele se afastar. Em uma foto o corpo de Garcia estava próximo demais onde o nariz dele estava próximo demais entre a curva do pescoço de Pérola. E a outra, ela estaria segurando Garcia pela nunca e com a outra mão apoiada em seu peito.

Mas eram os olhares, a troca, a sexualidade que estava ali em jogo. A moça estava acostumada tirar foto sozinha ou com outras modelos, e seus parceiros até aquele momento eram mais jovens como ela e também com outra opção sexual.

Por isso ela se sentia relaxada— essas foram as palavras que Garcia ouviria anos depois. Com ele foi o único que ela ficou tão insegura.

Na manhã seguinte, foi pior, as fotos seriam mais ousadas, nas pedras e dentro do mar e em todas ele a pegava pela cintura, ou insinuava uma cena de beijo e para a lente do fotografo os dois mostravam química.

Pietra em compensação estava adorando já que não era novidade ver o desconforto das mulheres e a paciência do Garcia.

No final daquela sessão e fim do trabalho a esquipe já estava pronta para embora, Pérola também já estava com a bagagem pronta.

Garcia também estava de partida, mas para outro destino levando o contato da jovem que tinha trabalhado nas últimas horas.

—Juliano.

— Pérola. Tudo bem.

— Eu queria agradecer e pedir desculpas pelo trabalho que dei nas fotos.

—Não precisa nada disso, elas saíram ótimas. Você já viu?

— Ainda não. Eu vejo quando chegar em São Paulo.

— Eu vou para outro lugar, outra sessão, mas quando eu passar por São Paulo quem sabe não podemos sair e tomar aquele drinque, o que acha?

Ele tentava de todas as maneiras jogar o seu charme.

— Não sei, sou nova na agência e não sei se ficaria bem mesmo em dívida com você.

—Eu nem fiz nada garota, mas se quer entrar mesmo para esse mundo tem que relaxar mais.

—Está dizendo que não sirvo para a carreira? Eu já tenho um bom portfólio eu só não tenho culpa se não sou tão famosa quanto suas amigas.

—Eu não quis dizer isso...

—Mas foi o que entendi.

—Então vamos começar de novo — disse Juliano sorrindo, fitando-a e escondendo a ousadia e suas vontades masculinas— Vamos fechar as fotos em São Paulo daqui uns dias, quero você no catálogo e esteja mais ...relaxada.

—Mas quem decide isso não é a Pietra? Na outra agência que trabalhei os modelos não opinavam nesse departamento.

—No meu mundo onde você está entrando é diferente.

—Se eu não quiser fazer as fotos com você?

Juliano tinha um olhar nada inocente.

—Pode dizer adeus para Coursine Model's.

Pérola ficou boquiaberta.

E Garcia não esperava por essa reação, ainda mais que em sua mente estava era flertando com ela, ainda por sempre ter as mais belas mulheres aos seus pés mesmo sem se esforçar.

Contudo, ele a viu dar as costas e o deixou plantado no saguão do hotel com cara de idiota.

Nos dias seguintes não conseguiu tirar Perola de sua mente, mesmo com um final de semana bem agitado com amigos e baladas sempre os pensamentos voltavam na morena.

O reencontro da equipe aconteceu na quarta-feira e a sessão seria com roupas de gala no Teatro Municipal.

—Bom dia Pérola.

Garcia achou por bem ser cordial com a moça que agora estava na sessão de maquiagem, coberta pelo roupão branco e com bobes cor de rosa nos cabelos.

—Bom dia Garcia.

—Foi bom o final de semana?

—Foi maravilhoso.

Garcia deu um sorrisinho e a deixou se aprontar.

Entretanto, durante as sessões Garcia achava divertido nas sessões das fotos a moça parecia tão submissa e fora dela era curta e direta.

A sessão demorou mais do que o esperado, por conta de pequenos ajustes e iluminação incorreta. No final do dia árduo de  trabalho a chuva não queria dar tréguas e começou a escurecer.

—Você quer uma carona?

—Obrigada Garcia, mas vou de táxi.

—Táxi?

—Eu vou me encontrar com algumas pessoas.

—O namorado?

Na mesma hora ela fechou a cara.

— Tem certeza que não quer a carona?

— Tenho.

Não poderia mais insistir então seguiu viagem.

Tempos depois veio a descobrir que naquela noite Pérola saiu para jantar e jogar boliche com a família Sartori.

Na semana seguinte, ele tomou coragem e ligou convidando-a para jantar e para sua surpresa Pérola aceitou.

Juliano escolheu o melhor restaurante da cidade e Pérola chegou no horário usando um vestido cor de rosa, colar de pérolas e cabelos soltos.

Belíssima!

Porém, aquela produção não era exatamente para ele.

—Está linda.

—Obrigada Garcia.

Ele prontamente gentil puxou a cadeira para ela sentar.

—Você sempre me chama pelo sobrenome, por quê?

—Na verdade não sei— Ela riu relaxada — Posso ser sincera com você?

— Estamos aqui para sermos sinceros um com o outro.

— Sabe, demorei um tempo para compreender que está flertando comigo e que esse é o seu jeito de ser, olha, não estou condenando ...você cresceu cercado de belas mulheres e é dono da própria carreira.

— Sobre a Coursine é mentira, jamais a prejudicaria e nem sei o motivo de ter falado aquilo pra você. E também estou deixando esse lado da fama.

— Sim, eu sei, mas fui pega de surpresa e não acho certo incentivar o seu flerte comigo.

Juliano não gostou do rumo daquela conversa.

— Somos adultos e comigo pode falar tudo. O que acontece com você?

— Estou apaixonada por outra pessoa. E ele está por mim, também.

Juliano balançou a cabeça.

—Eu sei que já namorou e que namora várias modelos, mas sabe quando uma pessoa o pega de surpresa e não sai mais da sua cabeça.

—Eu deveria saber?

—Você nunca sentiu?

— Não sei...

—Garcia...- Pérola começou a falar pausadamente — Eu fui muito insegura no nosso trabalho. Na verdade nem eu sei por que dei tanto trabalho para você e para equipe...

—Nem sempre estamos em sintonia... - respondeu Garcia tomando um gole do vinho branco.

— Nem somos amigos e sempre recuso os seus convites e sei que a Pietra não vai prolongar o meu contrato e quem tem outras modelos em vista. Eu também estou revendo a minha carreira. Sabe, agencia nova, casa nova, nova rotina.

— Você tem bons trabalhos.

— Não quero ser uma inimiga, sabe nem sei se vou continuar nessa carreira, talvez mais uns dois anos ou nem isso e também...

—Pode dizer – interpelou

—Eu gosto de uma pessoa e queria tentar sabe... E jantares assim como esse e que não forem ligados ao trabalho eu gostaria de evitar.

Juliano ficou sem chão e soltou num tom irônico.

—Cara de sorte.

Naquele instante foi que que Juliano avistou o mais belo sorriso, um sorriso que nenhuma câmera fotográfica tinha capturado aquela imagem e que guardaria para sempre.

O sorriso não foi com os lábios mas com os olhos, com o movimento do corpo e um semblante doce de uma mulher apaixonada.

—Ele é da mesma cidade da minha família, e até moro  com a família dele aqui em São Paulo e tem dois meses que nos conhecemos de verdade, sem aquele clima de Campos.

*Lhi - apelido de Juliano criado por sua mãe. 

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo