Charles coloca as mãos no rosto, esfregando-o lentamente, como se buscasse paciência entre os próprios dedos. O peso da decepção é visível em sua postura, a tensão em seus ombros denuncia sua frustração, mas ele não diz mais nada. Natasha já deixou claro que não vai ouvir, que está cega pelo próprio orgulho e ódio. Ele solta um suspiro pesado, um som carregado de exaustão e então, sem proferir uma única palavra, se vira e sai, deixando-a sozinha.
Mas Natasha não liga. Pelo contrário, sente um alívio quase imediato. Ela apenas continua pedalando, concentrando toda sua raiva e frustração no ritmo acelerado dos giros. Seus músculos queimam, o suor escorre por suas têmporas e a dor no ventre se intensifica, mas ela se recusa a parar. O desconforto é sufocante, mas desistir não é uma opção.
Em um gesto brusco, ela desacelera a bicicleta e se levanta, respirando fundo, tentando controlar a raiva que borbulha dentro dela. Caminha até o enorme espelho que cobre a parede da academia e se encar