— Vai me responder? Fico confuso quando me diz que quer trepar loucamente em Paris e, em seguida, me acusa de ser uma máquina expressa de sexo sem sentimentos e valores. — Ele parecia falar sério e até fez uma pausa dramática antes de afirmar: — Acho que nem você mesma sabe o que quer da vida, e é por isso que decido sua vida pela senhora.
— Que se dane. — Ela debochou, falando com a boca bem aberta, mostrando o que comia, e o dedo médio erguido.
— Muito sofisticada.
— Não me importo com o que você pensa, — E, lançando para a ponta da língua um pedaço do bolo mastigado até deixá-lo escapar para fora da boca, completou, sorrindo: — porque, pra mim, você é Rafe Sommers S.A., o meu banco favorito.
Ele terminou a sobremesa, descansando o garfinho ao lado do prato. Semicerrou as pálpebras ao dizer arrastando as palavras na voz rouca:
— Entendo a sua posição: é velha demais para ser considerada uma ninfeta e muito nova para ser sensata, mas não ligo para convenções. Vem cá, adorável mutante