AIYANA
Eu me contorci contra as correntes, sentindo o metal afundar na pele. Rosnei. Mas era impotente.
Serafina se aproximou devagar. Os olhos como vidro lascado, tão vidrada que não piscou pelo próximo minuto inteiro. Ela ergueu a mão. Arkan fez o mesmo.
O fogo começou a nascer entre os dois.
Maxim gritou outra vez, ele estava tentando chegar até mim, mas Serafina deve ter usado algum tipo de conjuração que o impedia de avançar. O domo em torno dele trincava como vidro sob pressão, mas nada acontecia.
E mesmo ajoelhada, mesmo amarrada, eu soube: se eu não me libertasse... tudo acabaria ali.
Até que senti.
Um estalo. Um impulso no fundo da espinha, como se algo antigo tivesse acordado de um sono longo demais. Meu dom se expandiu. A dor virou energia. E a corrente partiu com a mudança.
Meu corpo estremeceu. Cada osso se moveu para um lugar novo, mais certo.
Meu grito virou rosnado.
Minhas pernas cederam, mas outra coisa me sustentou.
Quatro patas.
Eu caí. Mas não no chão.
Caí dentro