A mãe dele não parecia nem de longe aquela mulher bonita da foto, que a Sulamita tinha me mostrado. Era uma mulher magra e abatida. Os cabelos cortados curtinhos e ela vestia a roupa do hospital. O médico que nos recebeu nos levou a um quarto amplo e bem arrumado, mas a mulher que estava sentada na cama não parecia se importar se estava ali ou em qualquer outro lugar.
Leonardo se aproximou e sentou ao lado dela.
— Mãe?
Ela levantou a cabeça e o encarou. Os olhos estavam sem vida e a expressão era de uma pessoa totalmente alheia à realidade.
— O que aconteceu?
Ela baixou a cabeça.
— Nada.
— Como nada? O médico disse que a senhora atacou o enfermeiro e queria se jogar da janela.
Ela levantou da cama e ficou de costas.
— Estou cansada disso tudo, não quero mais tomar remédios, não quero mais nada.
Ao que parece, ela nem percebeu minha presença no quarto. Leonardo olhou para mim e fez um sinal para que eu me aproximasse. Parei ao lado dele e fiz uma carinho no braço dele.
— Mãe, eu me cas