EFRAIM
Zaya cruzou os braços e me encarou como se tivesse o direito de controlar o que é ou não dito nessa casa.
Zaya: Não. De forma alguma.
Você prometeu que jamais contaria isso ao Ravi ou ao Jonatha.
Não temos por que revirar o passado.
Isso não muda nada, Efraim!
Já basta dessa conversa repetitiva. Você insiste nisso todos os dias...
Mas querer trazer tudo à tona agora? Isso, pra mim, é inaceitável.
Ela saiu do meu escritório pisando duro, como sempre fazia quando não conseguia me manipular.
Mas a verdade é que o passado não era dela — era meu.
E eu nunca consegui enterrá-lo.
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Joice.
A mulher da minha vida.
A única que amei de verdade.
A mãe dos meus filhos.
Zaya sabe disso. Sempre soube.
Ela só ocupou o espaço que o luto deixou.
Um espaço vazio que nunca pertenceu a ela.
Joice morreu quando Jonatha tinha quatro anos. Ravi, cinco.
Ele era tão pequeno que não se lembra de nada...
Cresceu acreditando que Zaya, a babá que o criou, era sua mãe biológica.
E eu... eu nunca tive corage