capítulo 58

EFRAIM

Zaya cruzou os braços e me encarou como se tivesse o direito de controlar o que é ou não dito nessa casa.

Zaya: Não. De forma alguma.

Você prometeu que jamais contaria isso ao Ravi ou ao Jonatha.

Não temos por que revirar o passado.

Isso não muda nada, Efraim!

Já basta dessa conversa repetitiva. Você insiste nisso todos os dias...

Mas querer trazer tudo à tona agora? Isso, pra mim, é inaceitável.

Ela saiu do meu escritório pisando duro, como sempre fazia quando não conseguia me manipular.

Mas a verdade é que o passado não era dela — era meu.

E eu nunca consegui enterrá-lo.

**

Joice.

A mulher da minha vida.

A única que amei de verdade.

A mãe dos meus filhos.

Zaya sabe disso. Sempre soube.

Ela só ocupou o espaço que o luto deixou.

Um espaço vazio que nunca pertenceu a ela.

Joice morreu quando Jonatha tinha quatro anos. Ravi, cinco.

Ele era tão pequeno que não se lembra de nada...

Cresceu acreditando que Zaya, a babá que o criou, era sua mãe biológica.

E eu... eu nunca tive corage
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