Eva Volaine
Minhas mãos ficaram frias de repente, minhas pernas começaram a tremer depois da minha confissão. Aurora franziu as sobrancelhas lentamente, como se tentasse processar a informação, mas ainda não parecia estar acreditando.
“Dormir... de se deitar?” sussurrou, como se tivesse medo de entender o que eu realmente quis dizer.
Engoli em seco. Eu podia ver ela ainda tentando não acreditar, como se estivesse enganando a si mesma.
Na mesma hora me arrependi de ter falado. Mas eu não tinha dito para magoar, e sim para que ela soubesse quem era Carmelo, para que entendesse com quem estava prestes a se casar. Eu não podia deixá-la ser infeliz pelo resto da vida.
“Eu...”
“Me diz que foi só dormir, de dormir mesmo.” sua voz saiu suplicante. “Por favor...”
Os olhos dela se encheram de lágrimas. O nó na minha garganta ficava mais apertado a cada segundo.
Eu podia ver que ela estava à beira da decepção absoluta, prestes a enxergar que eu, sua amiga mais próxima, tinha a ferido no ponto