Abri levemente a boca, surpresa. Por meio segundo, esqueci completamente como respirar ao vê-lo. Limpei a garganta quando senti meu estômago se contrair ao encontrar aqueles olhos azuis sombrios, atravessando a sala com uma intensidade afiada e perigosa, fixos em mim.
“Senhor Dunker...” soltei num fio de voz, tentando limpar a garganta.
Ele estava sentado a uma mesa no fundo, perto da janela. A luz do sol iluminava seu rosto em diferentes contrastes. Tinha trocado de roupa. Agora usava um suéter preto que se ajustava perfeitamente aos músculos grandes dos braços e às costas largas. O cabelo comprido continuava preso para trás, o que o deixava com um ar ainda mais sofisticado. Suas mãos, cheias de anéis de ouro, chamavam atenção em cada dedo. Percebi que segurava um livro… em russo.
A imagem do “viking” daquela noite ainda estava nítida na minha cabeça: enorme, rústico, intimidador.
“Pode me chamar de Eros” respondeu, com a voz grave que me fez estremecer. De repente, minhas mãos e