Capítulo 16
O corredor da delegacia parece mais estreito a cada segundo. O ar está pesado, e as luzes fluorescentes acima de mim piscam como se quisessem contribuir para minha crescente ansiedade. Eu caminho de um lado para o outro, os saltos das minhas botas ecoando no piso frio e me deixando ainda mais ansiosa. Minha mente está um caos, atordoada pelo que está acontecendo com a minha família.
— Em dois meses você vai estar longe daqui. — A voz de Kai ressoa como um trovão calmo, e a naturalidade com que ele diz isso me pega desprevenida.
Ele está encostado contra a parede, os braços cruzados, a expressão impassível no rosto. Como se tudo isso não fosse nada.
Eu paro de andar bruscamente e viro para ele, sentindo o meu corpo inteiro em chamas.
— É só isso pra você? — Minha voz treme, tanto de frustração quanto de desgosto. — Meu pai está sendo acusado de crimes horríveis!
Kai levanta uma sobrancelha, como se estivesse me desafiando a dizer mais alguma coisa. Sua postura é quase casu