POV: HENRY
Olhei mais uma vez para a tela do celular. O rastreador ainda piscava em vermelho.
Localização ativa.
Latitude, longitude… zona industrial desativada. Meu maxilar travou. Eu conhecia aquele lugar. Um antigo galpão da empresa, abandonado havia anos, isolado da cidade, escondido o bastante para qualquer merda acontecer sem ninguém ouvir um grito.
Abri o porta-luvas e tirei a pequena caixa de madeira. O emblema da nossa família gravado na tampa estava desgastado pelo tempo. Passei os dedos sobre as iniciais dos Carters com um aperto no peito.
— Achei que nunca teria que usar isso, papai — Eu murmurei, sentindo minha voz falhar. Abri a caixa e encarei a pistola antiga do meu pai. O peso da arma nas mãos era menor do que o da responsabilidade que eu estava prestes a assumir. Mordi o interior da bochecha até o gosto metálico do sangue preencher minha boca.