POV: HENRY
Minha cabeça latejava com uma dor insistente. Minha boca estava seca, um gosto amargo espalhado pela língua. Pisquei algumas vezes, abrindo os olhos lentamente, sentindo o peso esmagador do meu próprio corpo. A luz atravessava a cortina, agressiva, forçando-me a franzir a testa.
Tentei me sentar, mas tudo girou de imediato. Meu estômago revirou, e um enjoo sufocante subiu pela minha garganta. Pressionei os dedos contra as têmporas pulsantes, buscando qualquer resquício de controle sobre meu corpo.
— Onde estou? — Minha voz saiu rouca, quase inaudível. Minha garganta parecia arranhada. — O que aconteceu?
Meus olhos vasculharam o ambiente. Um quarto desconhecido. Hotel? As paredes bege sem personalidade, os móveis impecavelmente dispostos, um cheiro forte de perfume adocicado impregnado no ar.
Meu olhar des
POV: HENRY— Vou tomar um banho, anotar tudo o que lembro e ligar para Lauren. — Eu avisei, tentando organizar meus pensamentos.A realidade era que eu precisava agir rápido. Lá embaixo, os paparazzi provavelmente já estavam reunidos, prontos para transformar essa história em um espetáculo ainda maior. Além disso, se realmente fui drogado, a substância podia sair do meu organismo a qualquer momento. Precisava coletar o sangue o quanto antes.E, acima de tudo, eu precisava proteger Lauren. Eu resolveria isso. Eu a faria acreditar em mim, porque jamais a trairia. Eu a amava. Amava nosso filho que ela carregava. Amava Theodor. Nunca destruiria isso. Nunca destruiria a família que estávamos construindo.Entrei no chuveiro, sentindo a água quente escorrer pelo meu corpo tenso. Meu peito subia e descia de forma irregular. O peso da situa&cc
POV: HENRY— Você não precisa, Carter! — Lauren elevou o tom, a voz embargada de raiva e mágoa. Um soluço escapou de sua garganta, e ela passou as mãos pelos cabelos, agitada, respirando com dificuldade. — Somos apenas um contrato. Foi tolice pensar que um homem como você iria querer algo sério com uma mulher como eu.— Lauren... — Eu tentei intervir, mas fui cortado.— Não, Henry! — Ela gritou, cravando o olhar em mim, o dedo apontado contra meu peito como uma lâmina. — Sou só a babá que esquentava sua cama! A idiota que se deixou manipular, que acreditou nas suas palavras, que pensou que significava algo...Sua voz falhou. O ar entre nós pesava. As lágrimas deslizaram por seu rosto, marcando sua pele pálida. O que vi em seus olhos me destruiu. Mágoa. Decepç&
POV: LAUREN— O que você acabou de dizer, Lauren? — A voz de Henry saiu baixa, mas carregada de incredulidade. Seu olhar escuro me perfurava, e a tensão no ar se tornou sufocante.Ele passou a mão no rosto, como se tentasse processar minhas palavras. Sua respiração estava acelerada, o peito subindo e descendo com força.— Está me dizendo que todo esse tempo eu fiquei como um idiota, acreditando que esse filho que você carrega era meu?Engoli em seco, sentindo um nó se formar em minha garganta.— Eu nunca disse que era, Henry. — Minha voz saiu hesitante, consciente do peso da minha omissão.Os olhos dele brilharam com uma fúria que eu nunca tinha visto antes.— Mas também não negou! — Ele explodiu, a raiva transbordando em c
POV: LAURENO silêncio nos engoliu por um instante. Meu coração martelava em desespero contra minhas costelas, e minha garganta queimava. Eu precisava dizer. Eu precisava que ele soubesse.— Porque eu te amo! — gritei. O impacto fez Henry parar. Ele ficou imóvel, os olhos cravados em mim com intensidade. Meu corpo tremia, e minha respiração vinha em soluços irregulares. Eu nunca tinha dito aquelas palavras antes. Nunca as tinha pronunciado com tanta verdade.Ele não se moveu. Apenas me olhava, os olhos brilhando com algo que eu não conseguia decifrar.— E eu tive medo! — minha voz falhou, um soluço escapando antes que eu pudesse controlá-lo. — Medo de ser rejeitada, medo de que você me odiasse, medo de que você não quisesse o meu filho... Medo, Henry. Medo de te perder.
POV: HENRYQuando o corpo dela começou a tremer e a pele perdeu toda a cor, eu me vi prestes a ceder. Quis puxá-la para os meus braços, sentir seu calor desmoronando no meu peito, acalmar cada soluço, secar cada lágrima que escorria pelos seus olhos tão doces e assustados. Quis prometer que tudo ficaria bem, mesmo com o caos explodindo dentro de mim, porque, droga… eu a amo. Amo com uma força que me assusta. Como nunca amei ninguém.Mas o amor que eu sentia se chocava violentamente com o gosto amargo da decepção.— No final das contas, Lauren... — soltei, com a voz mais baixa e seca do que pretendia — a mídia estava certa sobre você.Me sentei na beirada da cama, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas diante do corpo rígido. Ela estava parada à porta, soluç
POV: HENRY— E pior... Como Theo ficará com tudo isso? — Eu murmurei, destruído, esfregando as mãos no rosto exausto. Meu corpo tremia de cansaço, a mente latejando com a avalanche de sentimentos que me engoliam. Foi quando meu celular vibrou sobre a mesa.Olhei o identificador. Lucian.Respirei fundo, tentando conter o peso da frustração que me esmagava. Ainda perdido em meus pensamentos, atendi.— Fala. — Minha voz saiu áspera, quebrada.— Ela não acreditou em você? — Lucian captou meu tom imediatamente.Engoli em seco, uma onda de dor atravessando meu peito. Meu olhar se voltou instintivamente para a porta, a mesma pela qual Lauren havia saído sem olhar para trás.— Isso já não importa mais. — Eu murmurei, a raiva
POV: LAURENCheguei à mansão arrastando os pés, com o corpo e a alma em pedaços. Cada passo era como carregar o peso do mundo nas costas. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar no caminho. Eu não conseguia respirar direito, o peito apertado, sufocado por uma dor que queimava por dentro.Subi direto para o quarto, sem trocar uma palavra com ninguém. Comecei a jogar as roupas na mala com movimentos rápidos, desajeitados, desesperados. Minhas mãos tremiam. Tudo parecia girar. O ar no quarto estava denso, quase irrespirável. Meus dedos agarravam os tecidos como se, de alguma forma, isso fosse me dar controle sobre a situação. Mas eu estava despedaçada.Foi então que ouvi um soluço atrás de mim. Me virei e vi minha mãe parada na porta. O rosto dela estava pálido, os olhos marejados.— &Eacut
POV: LAURENDei um passo à frente, estendendo os braços, mas ele recuou, os olhos brilhando de dor e medo. Meu peito apertou com a rejeição dele.— Eu te amo, você sempre será o meu filho. — Eu continuei sentindo minha voz falhar. — E, claro que poderá ver sua irmã. Nada mudará isso.— É uma menina? — Ele parou de recuar. Seus olhos se arregalaram em surpresa e, então, desceram lentamente até minha barriga. Ele a encarou como se só agora percebesse a realidade. — Eu quero vê-la todos os dias. Quero brincar com ela, cantar para ela dormir... dar banho, contar histórias. Você não pode ir embora. Eu não vou deixar. Quero a vovó aqui também!— Theodor, por favor, me escute... — Eu tentei mais uma vez, sentindo meu corpo inteiro estremec