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07 – COMPLETAMENTE SOZINHA

POV: LAUREN

Minha respiração ficou pesada, meu corpo tremendo de raiva e humilhação. As lágrimas se acumularam em meus olhos, mas eu me recusei a deixá-las cair.

— Saia daqui! — gritei com os dentes cerrados, tentando me levantar, minha voz transbordando de fúria. — Agora!

Arthur me lançou um último olhar de desprezo antes de se virar e sair lentamente, deixando para trás o peso de suas ameaças.

Fiquei ali parada por alguns segundos, encarando o chão enquanto via Arthur se afastar até desaparecer na distância. Quando finalmente me virei, meus olhos encontraram rostos conhecidos, pessoas que um dia chamava de amigos. Mas nenhuma mão se estendeu para me ajudar. Respirei fundo e me levantei sozinha, limpando a poeira das roupas, enquanto ouvia sussurros e risos contidos ao meu redor.

Os mesmos que haviam prometido estar comigo em qualquer situação agora cochichavam e lançavam olhares carregados de julgamento.

— Lauren, ouvi dizer que seu pai deixou você... bastante endividada. — Claire, uma antiga colega da faculdade, comentou com uma voz doce, mas o sorriso nos lábios era cruel.

— Deve ser difícil perder tudo assim, não é? — outra voz alfinetou, e risadas abafadas se espalharam pelo grupo.

Engoli em seco, tentando conter a vergonha que queimava meu rosto. Mas eu precisava de ajuda. Eles eram minha última esperança. Dei um passo à frente, minha voz vacilante, mas decidida.

— Pessoal, eu sei que não deveria pedir isso... — Eu comecei sentindo os olhares afiados sobre mim. — Mas será que vocês poderiam me emprestar algum dinheiro? Só o suficiente para que eu possa resolver essa situação. Eu prometo devolver cada centavo.

O silêncio que se seguiu foi quebrado pela risada debochada de James, que jogou um braço sobre os ombros de Claire como se estivesse assistindo a um espetáculo.

— O quê? Nos pedir dinheiro? — ele disse, zombando. — Para você fazer como o seu pai? Nos roubar e nunca pagar? Sabe como dizem, tal pai, tal filha.

— O que você está dizendo, James? Crescemos juntos! Meu pai sempre ajudou sua família nos momentos de crise. Ele até pagou seu colégio particular para que você tivesse o que tem hoje! — falei, incrédula, tampando a boca com a mão para conter o soluço que ameaçava escapar. — Claire, todos os finais de semana você estava na minha casa, aproveitando a piscina, a comida, tudo que estivesse à disposição. Vocês são meus amigos! Só estou pedindo um empréstimo, uma ajuda temporária!

Claire soltou uma risada sarcástica, seus olhos brilhando com desprezo.

— Como você é ingênua, não é mesmo, garota? — disse ela, a voz carregada de ironia. — Nunca gostamos de você. Só queríamos o que seu pai podia nos oferecer. Nossos pais nos obrigavam a te aturar!

James gargalhou, cruzando os braços enquanto me olhava com frieza.

— Você sempre foi essa garota mimada e sem noção. — Ele fez uma pausa, o desprezo evidente em cada palavra. — Uma chorona sem graça, cujo único atrativo era o dinheiro. E agora nem isso você tem mais. Virou uma pobre coitada, que nem o próprio marido conseguiu suportar!

Suas palavras atingiram como facas, mas me recusei a desabar. Minha voz saiu alta, cheia de dor e indignação, atraindo ainda mais olhares ao redor.

— Como podem dizer isso? Como podem me virar as costas no momento em que mais preciso? Meu pai está morto, e tudo o que conseguem fazer é me atacar? — Eu falei incrédula.

Claire deu um passo à frente, seu sorriso venenoso ainda mais cruel.

— Oh, querida, isso não é um ataque. É só... um lembrete de como as coisas mudam rápido. — Claire disse com voz doce, mas carregada de desprezo, como se quisesse garantir que minhas feridas ficassem ainda mais profundas.

Segurei as lágrimas com todas as minhas forças, a vergonha e a raiva lutando dentro de mim, mas prometi a mim mesma que não daria a eles o prazer de me ver desmoronar.

— Saiam daqui, Claire. Todos vocês. — Minhas palavras eram duras, mas minha voz tremia, traindo o turbilhão que sentia.

Eles riram novamente, como se minha dor fosse uma piada, antes de se afastarem, deixando-me sozinha. O silêncio que se seguiu era ensurdecedor. Senti-me perdida, traída e completamente abandonada.

Caminhei até a lápide do meu pai, minhas pernas pesando a cada passo, e me ajoelhei diante dela. Toquei a pedra fria enquanto os soluços finalmente escapavam, as lágrimas deslizando pelo meu rosto sem controle.

— Oh, papai... o que farei sem você? — Eu murmurei, minha voz fraca e quebrada. — Como posso trazer um filho ao mundo quando tudo o que tínhamos está desmoronando? Como vou pagar seus credores, cuidar da mamãe e ainda proteger meu bebê?

Abracei a lápide como se fosse a última conexão que tinha com ele, buscando desesperadamente algum consolo naquele momento.

— Por favor, papai, me ajude. Me dê algum sinal do que devo fazer. — Eu supliquei entre soluços, minha voz subindo em um grito abafado, cheia de dor e desespero.

O tempo pareceu parar enquanto eu permanecia ali, presa no meu luto. Não sei quanto tempo fiquei ajoelhada, mas um som suave ao fundo me trouxe de volta à realidade. Levantei a cabeça, secando os olhos rapidamente, e vi um garotinho de cabelos claros correndo pelo fundo do cemitério.

Olhei ao redor, procurando algum adulto que pudesse estar com ele, mas não havia ninguém por perto. Meu coração se acelerou, uma mistura de curiosidade e preocupação tomando conta de mim. Quem era aquele menino? E o que ele estava fazendo ali, sozinho?

Inquieta, segui o pequeno menino que havia parado próximo a um lago. Ele chorava baixinho, como se tentasse esconder sua dor. De longe, vi que ele segurava algo entre as mãos e, em um movimento abrupto, lançou o objeto na água. Seus soluços aumentaram, e ele enxugou as lágrimas com o braço antes de gritar com a voz embargada:

— Não, mamãe e papai, por favor, me perdoem! — chorou mais alto, sua voz carregada de desespero. — Eu prometo que serei obediente, não vão embora!

De repente, antes que eu pudesse reagir, ele correu e pulou no lago.

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