(Ponto de Vista de Arielle)
TRÊS MESES DEPOIS
O aroma estéril de antisséptico impregnava o ar da sala de consulta, um cheiro que, ao longo dos últimos três meses, se tornara dolorosamente familiar. Enquanto isso, Jared permanecia ao meu lado, com sua mão pousada levemente sobre meu joelho, enquanto sua expressão seguia vazia.
O médico encarou o prontuário à sua frente com uma expressão sóbria, balançou a cabeça e, antes mesmo que ele falasse, eu já sabia o que ouviria.
— Sinto muito. — Começou, com a voz baixa e pesada. — Com base nos exames e nos relatórios anteriores... Receio que não haja cura.
Mesmo que minha mente já tivesse se preparado, meu coração ainda se contraiu com uma dor familiar, que, nos últimos três meses, se tornara minha fiel companhia. Era como uma faca girando incessantemente, penetrando cada vez mais fundo a cada instante. Jared e eu já havíamos passado por inúmeros médicos, viajado por diversos países e escutado sempre as mesmas palavras, contudo a dor permanecia