(Ponto de Vista de Arielle)Depois que Stephen corou e prometeu que não interromperia mais a aula, Jared finalmente o deixou com uma careta que poderia derreter aço.Tentei me manter calma enquanto Stephen me enchia de elogios. Honestamente, até que foi bom ouvir aquilo, mas, com o tempo, começou a ficar um pouco constrangedor.Olhei para Jared, que parecia à beira de explodir com o comportamento exagerado de Stephen. Ele estava tão tenso que dava para ver que a qualquer momento perderia o controle.— Ok, vamos focar. — Disse rapidamente, interrompendo Stephen no meio do elogio. — Jared, por favor, continue.— Certo, claro. — Ele murmurou, claramente tentando se recompor. — Então, Arielle, quais são seus objetivos para o restaurante?Hesitei um pouco, sentindo uma agitação no peito. Não esperava que ele fizesse uma pergunta tão pessoal.— Bem, meu objetivo é fazer o restaurante ser bem-sucedido, claro. — Respondi, um pouco cansada.Sua sobrancelha se arqueou, e ele me lançou um olhar p
— Mamãe, você tem estado tão feliz com o trabalho ultimamente. — Comentou Maverick, com a voz cheia de curiosidade. — O que está acontecendo?Eu pisquei, surpresa com a observação repentina dele. Estávamos no carro, a caminho da escola, e eu não esperava uma pergunta tão direta assim.Nem percebi que estava tão evidente, mas acho que era difícil esconder a felicidade. Estava me sentindo animada e otimista desde a reunião com Jared, e parecia que Maverick tinha percebido isso.Esses dois têm uma conexão psíquica entre pai e filho, ou algo assim?Hesitei, tentando decidir o quanto contar e revelar para ele, porque o menino não ia me deixar em paz até que eu desse uma resposta. Ele já me olhava com aqueles olhos inocentes e grandes, esperando.— Ah, são apenas coisas de negócios, querido. — Respondi, tentando desviar. — Estou trabalhando em alguns projetos novos, e eles estão indo bem.Mas ele não parecia convencido, com os olhos dele me observando atentamente, como se quisesse mais infor
(Ponto de Vista de Arielle)O ar ao redor ficou estranhamente fino e muito silencioso.Nenhum de nós sabia como reagir àquela situação. Olhei ao redor do estacionamento, sem um motivo específico, marcando o tempo até que fosse seguro sair dali, sem parecer mais ridícula do que já me sentia por ter me aproximado do carro deles. Tiana parecia ainda mais desconfortável do que eu imaginei que teria ficado. Os lábios de Jared estavam apertados em uma linha rígida.— Arielle... Nós... Eu... Bom dia. — Ele conseguiu encontrar a voz, gaguejando terrivelmente.— Acho que vamos continuar essa conversa quando você voltar. — Tiana deu de ombros com um sorriso conciliador.Jared ignorou o comentário dela e desceu do carro. Ele estava com um semblante sério quando falou novamente.— Já pedi um carro para você, Tiana. Volte para casa.Peguei a deixa e me afastei do carro. Jared seguiu ao meu lado enquanto caminhávamos pelo estacionamento em direção à entrada do meu restaurante.— ...Oi. — Jared tento
(Ponto de Vista de Arielle)Pude sentir o calor dos olhares de Stephen e Rebecca sobre mim.— Isso tudo é realmente necessário? — Perguntei, enquanto uma expressão de desagrado aparecia em meus lábios. Misturar assuntos pessoais com negócios era uma linha que eu não gostava de cruzar. Especialmente não com Jared, que claramente tinha mais coisas a considerar.Jared ajustou a gravata, sem perder o ritmo.— O que é mais fácil de relacionar do que a vida real? — Respondeu, com calma, os olhos se voltando para mim por um segundo a mais do que o necessário. — Claro, os exemplos que dei são puramente hipotéticos. — Acrescentou, com uma ênfase sutil, deixando claro que ele sabia exatamente o que estava insinuando.Às vezes, era difícil resistir à vontade de retrucar. Todos ali sabiam o que ele queria dizer quando mencionava o casamento!— Vamos analisar isso. — Continuou, ignorando meu olhar fulminante. — Em qualquer casamento bem-sucedido, há um constante vaivém de comunicação, assim como em
(Ponto de Vista de Arielle)As palavras dele ficaram no ar. Ele se aproximou um pouco mais, com sua expressão intensa. Eu senti minhas bochechas corarem e me odiei por isso. As palavras dele foram como um soco emocional no estômago, despertando sentimentos que eu não estava pronta para enfrentar.Observei-o cuidadosamente enquanto ele esperava minha reação, procurando meus olhos como se buscasse algum sinal de esperança.Finalmente, soltei o ar, um suspiro profundo escapando de mim.— Se é só isso, Jared... Você pode ir agora.Fiquei surpresa com a calma da minha própria voz. Mas minha reação foi nada comparada ao olhar de confusão de Jared. Ele estava em choque total. Ele estreitou os olhos para mim, como se focar em mim fosse acordá-lo de um pesadelo.Seu rosto era a própria definição de choque: olhos arregalados, lábios entreabertos - enquanto me fitava em completo espanto.As sobrancelhas se uniram em frustração.— Por que? O que você quer dizer com isso, Arielle? Você ouviu alguma
(Ponto de Vista de Arielle)Ficamos em silêncio por alguns momentos depois que ele terminou de falar. Nossos olhos estavam fixos um no outro.Eu buscava palavras, mas, sempre que abria a boca para falar, nada saía - apenas minha respiração ofegante. Se alguém me dissesse que eu havia acabado de correr uma maratona, eu acreditaria sem hesitar. Esse era o peso da tensão que pairava no ar após o desabafo de Jared.Eu podia ver a luta nos seus olhos, uma desesperada tentativa de me convencer e um compromisso firme em fazer exatamente o que tinha dito.Mas quão diferente seria isso de tudo o que ele já me disse antes?Enquanto ainda batalhava em minha mente sobre o que fazer, o telefone da sala tocou, estridente, e me tirou dos meus pensamentos. Suspirei, aliviada pela distração, enquanto pegava o aparelho e o encostava no ouvido.— Olá. Chefe? Ah, graças a Deus. Deixei uma mensagem para você. A Sofia está no prédio e está fazendo uma cena aqui embaixo... Espera... Acho que ela está procura
(Ponto de Vista de Sofia)Eu suspirei, tentando controlar a raiva que ameaçava explodir para fora do meu peito. Meus olhos brilhavam com fúria enquanto eu ficava parada do lado de fora do restaurante, lutando para recobrar a compostura depois que os seguranças me afastaram do local.A humilhação estava me sufocando. Eu não conseguia acreditar em tudo o que havia acontecido e como acabei me envergonhando novamente na frente de todos!Os clientes me encaravam, seus olhares fixos em mim enquanto os seguranças me arrastavam. Em seus rostos, havia uma mistura de choque, pena e um traço perverso de diversão. Meu próprio rosto ardia, queimando de vergonha e raiva, enquanto cada detalhe daquela humilhação se cravava na minha memória.Tudo aquilo era culpa da Tiana!Tudo tinha começado de forma inocente. Eu estava preparando o café da manhã para o Jared - um pequeno gesto de amor, apesar dele ter me evitado desde que ficou noivo dela. Como sempre, fui barrada na porta de sua casa. Mas então, Ti
(Ponto de Vista de Arielle)Empurrei a porta do meu escritório e, como de costume, o sentimento de expectativa que sempre me envolvia ao chegar ali tomou conta de mim. Era um novo dia, e eu estava ansiosa pelas atividades que ele tinha a oferecer.Mas, ao entrar, meus olhos se fixaram no que se tinha se tornado uma visão familiar: um buquê de flores de lavanda repousando sobre minha mesa de trabalho.Soltei um suspiro profundo de resignação, já sabendo de onde vinham aquelas flores.— Ele nunca desiste? — Murmurei para mim mesma.Três dias. Três dias implacáveis desse ataque floral desde que Jared decidira que declarar seu amor eterno significava me bombardear com lavandas.No primeiro dia, fui pega de surpresa. Ver as flores delicadas aninhadas em uma cesta branca impecável, amarrada com uma fita de cetim, me congelou por um instante. Por um breve momento, quase deixei que um sentimento... Algo, surgisse. Mas então Rebecca entrou, com o rosto iluminado como se fosse manhã de Natal.—