Elzira, ao ver sua filha se meter em encrenca, se apressou a intervir.— Ah, meu Deus, como você conseguiu sujar esse vestido? Srta. Laura, venha comigo para o andar de cima trocar de vestido. Não é bom que os convidados vejam isso, mas eu preparei alguns a mais. Você e Alzira têm o corpo parecido, tenho certeza de que um deles servirá.— Muito obrigada pela gentileza, Sra. Elzira, mas já temos um vestido de reserva preparado. — Walter respondeu friamente, com um semblante severo. Ele não se deixou convencer por Elzira.Se virando para Laura, ele lhe deu um tapinha no ombro.— Vamos, suba comigo, vou mandar alguém levar o vestido até você.Laura assentiu com a cabeça. Como o irmão havia falado, ela preferiu não dizer nada.Era uma pena que o vestido que estava usando fosse o que Sérgio ajudara ela a escolher naquela tarde.Seguindo Elzira e a criada até o terceiro andar, Laura entrou no quarto e ficou aguardando por um momento. Só depois de algum tempo a criada trouxe o vestido de rese
A velocidade foi tão rápida que Laura não teve tempo de reagir. ... No primeiro segundo em que os lábios de Davi tocaram os dela, uma palmada estalou no ar e acertou o rosto de Davi. A dor foi ardente. Davi não a soltou; pelo contrário, apertou ainda mais seus lábios contra os dela. Era apenas um beijo de lábios contra lábios, sem um pingo de desejo. Era o beijo de uma saudade extrema. A alma de Davi tremeu, e a emoção de reencontrá-la foi indescritível. A bolsa do vestido e a bolsa de mão estavam quietas no chão. Uma das mãos de Laura foi firmemente segurada por ele, enquanto a outra continuava a bater em seu rosto. O som das palmadas ecoava sem parar. Davi deixou ela bater nele, sem revidar, sem controlar a outra mão dela. Bata! Ele estava errado, foi ele quem a deixou sozinha no País R, enfrentando o terremoto sozinha. Foi culpa dele. Se ela queria desabafar, que desabafasse. Bate o quanto quiser, desde que ela ainda esteja viva. Desde que ela ainda est
Após obter o número de telefone, Davi não continuou a importunar Laura, permitindo que ela fosse embora.Laura empurrou a porta. Para sua surpresa, além de Walter, a família Rocha também estava ali esperando por ela. Até o Sr. Marcos, já idoso, estava presente.— Ah, Srta. Laura, que mulher maravilhosa! Com esse vestido vermelho, você está ainda mais bonita. Realmente, radiante e elegante! — Elzira se aproximou, tentando pegar no braço de Laura.Laura deu um passo à frente, se posicionando atrás de Walter, evitando o toque de Elzira.— Sra. Elzira, melhor não exagerar nos elogios. Vamos falar sobre como resolver isso? — Laura, ainda irritada, falou com uma voz fria e firme. — Eu e meu irmão viemos de boa vontade para a casa de vocês para parabenizar pelo aniversário, mas fomos repetidamente ameaçados e atacados pela Srta. Alzira. Até me jogaram bebida em cima. Essa é a forma como a casa de vocês trata os convidados? Realmente, estou surpresa.Diante da provocação repetida, mesmo com su
Mas ela não conseguia se acostumar com a falta de limites e não ligava para a vigilância das câmeras.O tremor que a dominava não era por medo de Laura, mas pelo temor de que seu lado ameaçador fosse exposto publicamente.Essa vagabunda, então, estava ali esperando por ela!— Veja as câmeras! — O Sr. Marcos bateu com força a bengala e ordenou.Como chefe da casa, essa situação, independentemente de quem estava certo ou errado, deveria ser resolvida com um simples pedido de desculpas de Alzira. Mas agora, com as coisas nesse estado, se não visualizassem as gravações e esclarecessem tudo, o caso não teria fim.Vendo a atitude firme da outra parte, parecia que tudo aquilo realmente era verdade.Ele, que sempre foi um homem de honra e teve uma carreira pública a vida inteira, jamais se deparara com algo tão humilhante.Agora, ele estava completamente envergonhado por causa de Alzira.— Isso... — Elzira virou os olhos rapidamente. — O sistema de câmeras da nossa casa realmente está quebrado
— Se a câmera não viu, por que eu vi? Davi saiu do quarto onde Laura havia acabado de trocar de roupa. Ele falava com Alzira, mas seus olhos desafiadores estavam fixos em Walter. "Laura? Ela agora se chama Laura?" — Como ele saiu daquele quarto? — Elzira murmurou, desconcertada. Laura estreitou os olhos para Davi, o avisando para não falar bobagens. Davi olhou de volta com desagrado. Será que ela tem tanto medo de Walter suspeitar da relação deles? "Eles têm uma relação tão boa assim? Ela ama tanto o Walter?" Quando Valentina apareceu, ela não fez questão nenhuma de disputar por ele... Davi sentia uma dor imensa no peito, mas seu rosto não mostrava nem um pingo disso. Walter franziu a testa e olhou para Davi com uma expressão indefinida. Davi respondeu com um olhar provocante. E daí que Walter olhou? O homem já é dele. Laura só pode se casar com ele! — Você... O que vai fazer se viu? Você e ela têm um caso, está mentindo para defendê-la! — Alzira apontou para
Por conta da presença de outras pessoas, ele não quis corrigir diretamente sua neta.— Eu não vou. A culpa não é minha, por que ela não disse logo que era irmã do Walter quando entrou! — Alzira respondeu, esticando o pescoço.— Você ainda tem razão? — O Sr. Marcos se levantou, erguendo a bengala como se fosse bater nela.Elzira correu rapidamente para impedi-lo.— Pai, o que é isso? Por que não pode falar isso de forma civilizada? O Davi ainda está aqui.O Sr. Marcos se virou para olhar, pensando que era a nora tentando arranjar desculpas para impedir que ele corrigisse a neta.Ele ficou tão irritado que se esqueceu de que Davi ainda estava presente.Irritado, deixou a bengala cair e, quase sem fôlego, disse:— Davi, me desculpe pela inconveniência.— Sr. Marcos, se cuide. Eu vou embora agora. — Davi disse.— Elzira, vá logo acompanhar o Davi até lá embaixo.— Não precisa, não é a primeira vez que venho aqui.Davi acabava de descer para o primeiro andar quando se deparou com Benedito.
A festa acabou, e a família Rocha se reuniu na sala de estar do terceiro andar. As empregadas se afastaram, evitando qualquer proximidade. O Sr. Marcos estava sentado no sofá, ocupando o lugar de honra, seus olhos turvos e ferozes observando Alzira, que estava no final da sala. O olhar dele, embora fosse de alguém da família, era frio e distante. Alzira se encolheu, tentando se esconder atrás de sua mãe. O olhar de Benedito estava repleto de desdém e crueldade. — Todo dia sem aprender nada! Até uma pessoa você consegue ofender! O que mais você ainda consegue fazer? — Benedito, fica quieto. — Elzira defendeu a filha. Alzira, apanhada pela repreensão, ficou com medo e, ao mesmo tempo, se sentiu injustiçada, não ousando dizer nada. — Mãe, foi você quem a mimou. Se não fosse por sua culpa, ela não seria assim, sem educação, arrogante, sem limites! — Benedito acusou com raiva. E ainda estava na frente de Davi. Ele havia se esforçado tanto para convidar as pessoas, e agora
Murilo se levantou, seguindo seu pai.— Mãe, eu não quero ir pedir desculpas pessoalmente. Vai ser muito vergonhoso! — Alzira franziu a testa, com uma expressão de total relutância.Murilo, ouvindo a fala da filha, parou e olhou para trás. Apontando para Alzira, ele gritou com raiva:— Se você não for, amanhã eu te dou uma surra!Alzira, assustada com a ameaça do pai, tremeu de medo....O carro chegou de volta a Porto Encantado, e Laura e Walter abriram a porta para entrar em casa.Sérgio e Letícia estavam na sala, abrindo caixas de embalagens. Mais uma montanha de brinquedos.Parece que as duas aproveitaram a ausência de Laura para levar Sérgio para brincar.— Mamãe, isso aqui é da tia... — O namorado da tia comprou esses brinquedos para mim.Sérgio estava prestes a falar, quando Letícia, sem piedade, tapou sua boca.O corpinho pequeno foi abraçado com força por Letícia, que balançava os bracinhos curtos, com os olhos arregalados, mostrando sua insatisfação.A tia estava se aproveita