Valentina se recordou e começou a contar lentamente: — A primeira vez que nos encontramos foi na alameda arborizada da universidade. Naquele dia, o clima estava tão ensolarado e agradável quanto hoje. Eu tinha acabado de sair da aula e estava voltando para o dormitório, quando você apareceu de repente, correndo, e me cumprimentou com um sorriso, perguntando se eu me lembrava de você. Você disse que eu te salvei na esquina do Bar da Noite, no País M. — Enquanto falava, Valentina de repente se lembrou de algo e riu. — Naquele dia, quando eu disse que tinha sido só um gesto casual e que você não precisava levar a sério, você ficou tão nervoso que chegou a suar. — Sim. — Davi também começou a se lembrar. Naquele dia, ele se aproximou dela com o coração cheio de emoção, mas não esperava que aquilo que ele guardava tão vividamente na memória fosse algo a que ela quase não havia dado importância. Ela continuava falando de forma fragmentada sobre as coisas que aconteceram na universida
Ela sorriu calorosamente. Era tão bom se sentir lembrada por alguém. Com uma voz suave, respondeu: — Está bem, eu não vou ficar triste. Vou fazer o que você diz. Depois de desligar o telefone, Sophia caminhava tranquilamente pelo jardim do condomínio Mansão. Dois seguranças a seguiam, como de costume. Ela se sentia um pouco irritada: — Vocês podem parar de me seguir? Dentro do condomínio ninguém vai me sequestrar. Os dois seguranças trocaram um olhar. — Desculpe, Srta. Sophia, é uma ordem do chefe. Este é o nosso trabalho. Pedimos sua compreensão. Ela suspirou profundamente, entrou no carro e saiu do condomínio. Desta vez, não deixou os seguranças dirigirem; foi ela mesma quem conduziu. Quando desligou o motor, o carro já estava estacionado no Hospital Luz do Atlântico. Sophia olhou para a entrada do hospital, lutando contra os próprios pensamentos. Depois de muito tempo, finalmente decidiu entrar. Um dos seguranças foi estacionar o carro, enquanto o outro a segui
Valentina tinha um brilho maligno nos olhos. Ela não acreditava que, depois de tudo que tinha dito, Sophia ainda não tivesse nenhuma reação. Afinal, ela viu a mensagem que enviou e veio até ali. Isso não significava que Sophia não era indiferente, certo? Valentina estava claramente provocando Sophia. Eles já estavam prestes a se casar, e Davi ainda não a deixava em paz. Ele até mentiu dizendo que estava viajando a trabalho. "O que ele acha que está fazendo?" Davi já a engravidou e ainda não esqueceu Sophia. Será que ele não tem medo de que a "deusa" que tanto ama fique com ciúmes? — É mesmo? Então, parabéns pelo casamento de vocês. Sophia se levantou, como se estivesse exausta, e começou a ir embora. Valentina teve um leve brilho nos olhos. Ela não ficou irritada? Não vai fazer nada contra mim? Se Sophia não fizesse algo contra ela, como o "espetáculo" continuaria? De repente, Valentina começou a sentir dor no baixo-ventre. Ela podia perceber um fluxo quente descend
Quando se encontraram novamente, Joaquim presenciou mais uma cena em que Davi estava machucando Sophia. Incapaz de continuar assistindo enquanto ela sofria repetidamente nas mãos de Davi, Joaquim, tomado pela preocupação, se aproximou dela. O sol da tarde estava particularmente escaldante. Ele abriu o guarda-sol e o segurou sobre a cabeça dela. — Sophia, deixa ele. Eu te ajudo. A sombra cobriu o rosto dela. Sophia levantou a cabeça e viu que era Joaquim. Ela deu um sorriso amargo e disse: — Não precisa. Sophia sairia do lado de Davi, mas não precisava da ajuda de Joaquim para isso. Ela não queria envolvê-lo ainda mais em seus problemas. Se ela fosse embora, o que aconteceria com Joaquim? As famílias Moura e Santos estavam ambas na Cidade A, e Davi certamente o atacaria. Além disso, a família Moura o colocaria sob controle novamente. Sophia não podia continuar arrastando Joaquim para seus problemas pessoais. Rejeitando a boa vontade dele, Sophia baixou os olhos e
Letícia seguia Samuel a alguns passos de distância. Embora ela não soubesse exatamente o que havia acontecido, parecia claro que Davi estava intimidando Sophia. Isso não podia continuar, ela jamais permitiria que sua irmã fosse maltratada. — Davi, você já deixou a Valentina engravidar de você, por que ainda não deixa a Sophia em paz? Quer as duas ao mesmo tempo? Eu te digo uma coisa: isso é impossível! Sophia nunca vai dividir um homem com outra mulher. Você já está sujo, já se tornou desprezível! Se ainda tem um pouco de consciência, deve deixá-la em paz agora mesmo... Antes que pudesse terminar de falar, Samuel, ao notar o rosto sombrio de seu bom amigo, que parecia prestes a explodir, rapidamente cobriu a boca de Letícia e a puxou para trás. "Se Davi ficasse irritado, ele provavelmente não faria nada contra Sophia, mas Letícia, que estava o insultando, poderia não ter a mesma sorte." Joaquim, que assistia à cena em silêncio, compreendeu a situação. Davi havia engravidado
Valentina caiu e perdeu o bebê. Qualquer um acreditaria que foi ela quem a empurrou. Ela nem sequer estendeu a mão, muito menos empurrou alguém. Mas Valentina realmente caiu e perdeu o bebê, e qualquer pessoa que ouvisse isso pensaria que ela era a culpada. Como ela poderia provar que não tinha tocado em Valentina? Talvez houvesse câmeras de segurança naquele lugar, e elas deveriam ter registrado tudo. Sophia se dirigiu à sala de monitoramento. Já tinha ido lá antes, então conhecia bem o caminho. No meio do percurso, um homem desconhecido esbarrou nela. — Desculpe. Sophia apenas acenou com a cabeça, apressada para chegar à sala de monitoramento, sem vontade de perder tempo com aquele homem. Depois do incidente da última vez, Samuel a havia acompanhado pessoalmente até lá, e as pessoas da sala já a conheciam. Dessa vez, permitiram que ela verificasse as imagens sem hesitação. Porém, para sua infelicidade, a câmera estava posicionada de costas para o local onde tudo aco
— Não, é claro que acredito na Sophia. Entre Sophia e Valentina, Samuel confiava mais no caráter de Sophia. No entanto, se realmente tivesse sido Valentina quem caiu sozinha, isso significava que ela era extremamente calculista. Mas de nada adiantava ele acreditar ou não; o importante era que Davi acreditasse. — Essa Valentina é muito ardilosa. Tudo isso foi claramente planejado por ela. Mandou uma mensagem de propósito para te chamar aqui, só para, no momento certo, ela caiu e colocar a culpa em você. Era preciso admitir que, embora Letícia fosse barulhenta no dia a dia, dessa vez ela conseguiu perceber a verdade. Joaquim, ainda tentando entender a situação, perguntou: — Mas por que ela provocaria um aborto de propósito? Estar grávida não seria mais vantajoso para ela? "É isso! Se ela estivesse grávida, poderia usar isso como pretexto para se casar!" Sem encontrar uma resposta, os três pares de olhos se voltaram simultaneamente para Samuel. O quê? Por que estavam t
Sua voz estava carregada de decepção ao fazer a pergunta em tom grave. Decepção? Sophia se importava? Ela não se importava. Agora, ela só queria provar sua inocência. Porém, justamente nessa situação, o juiz principal era Davi. E ele só acreditaria cegamente em Valentina. O peito dela parecia estar sendo esmagado por uma pedra enorme. Ele não acreditava em suas palavras, estava convencido de que ela estava mentindo. Entre ela e Valentina, ele sempre escolheria acreditar incondicionalmente em Valentina. Ele não acreditava nela. "Ouvi dizer que Valentina propôs desistir do casamento? Eles dois não iam registrar a união e se casar?" Isso não tinha nada a ver com o que Valentina havia dito a ela no jardim. Sophia repetiu para Davi as ameaças que Valentina acabara de fazer no jardim. — Não importa se vocês vão registrar a união ou fazer uma cerimônia, isso não tem nada a ver comigo. Vou repetir: eu não a empurrei. Foi ela quem caiu sozinha. E, até mesmo vir ao hospital e