Mas primeiro, Charles tinha coisas que discutir com Daniel. O patriarca Crusher fazia tempo que se havia retirado do mundo dos negócios, passando a responsabilidade a Daniel; isso não significava que estivesse afastado da sua empresa. Permanecia a rondar de vez em quando, pronto para atuar; como o havia feito aquela vez em que alguns sócios os haviam abandonado instigados por Reed.De vez em quando recebia relatórios e listas intermináveis de contabilidade. Matava o tempo assim: a entreter-se a ler números. Mas um dos balanços lhe chamou poderosamente a atenção: havia uma conta bancária que não pertencia a nenhum gasto oficial da empresa, nem para fornecedores, nem para clientes. A nome de uma mulher, onde quinzenalmente se depositava uma soma importante, e as transferências as assinava Daniel mesmo.Quiçá um pouco alterado pela situação do seu filho menor, talvez a recordar os erros do maior, se inquietou a tal grau que lhe pediu um almoço para discutir «coisas relevantes». E, por su

Deanna repassou pela sua mente, mas não recordava nenhuma Amanda, nem sequer da universidade. Mas por como perguntava por Harry e pôr como olhava a Emma, a ele sim o conhecia.«Harry está bem… Vi-o há umas horas.»«Emma tem crescido muito» lhe disse, mas algo na sua voz soava mal.«Desculpa… Estás bem?»«A dizer a verdade, não… Pareço uma stalker, verdade? Sinto… não pude resistir mais a necessidade… vim à cidade para realizar uns estudos e ver o meu médico, e passei perto… sei que não devo o fazer.»Estava confusa, a mulher lhe falava com naturalidade, até com confiança. Contudo, era evidente, pelo seu semblante e o tom que usava, que não estava de todo bem. Olhou-lhe a barriga enquanto ela a acariciava com uma mão.«Lamento todos os problemas que lhe causei a Daniel também. Foi tão bom e amável, se preocupou por mim… Por nós. Se não houvesse sido por ele, Harry haveria terminado destroçado outra vez.»Daniel? Que problemas? O nome do seu marido fez soar um alarme nela. Agora estava

De novo o Ambassador lhe levantava o pano, de novo as luzes brilhavam e as poltronas esperavam aos espetadores. Era uma noite de estreia mais na cidade; alguns ansiavam a voltar a ver, outros foram por curiosidade e ela seguia a pôr-se nervosa. Mas desta vez, toda a família estava presente; até Camila.Já não podia pôr desculpas, era a esposa do seu filho maior. E, para surpresa de Charles, não havia oposto tanta resistência; parecia que começava a dar o seu lugar a Deanna. A Harry também lhe chegaram as entradas e foi causa de outra discussão na sua casa; no entanto, pouco lhe importou o que Laura teve para dizer. Vestiu a Emma e saíram; não sabia quanto tempo poderia aguentar a menina sem pôr-se inquieta, mas ao menos a veriam um pouco.No seu camarim, o bouquete de rosas de Daniel, o vestuário a pendurar de um cabide e a maquilhadora a dar-lhe os últimos retoques. O seu estômago era uma bola de nervos e o seu coração uma de felicidade. Havia estranhado demasiado tudo isso.Leonard

Quando a última folha do documento esteve assinada, Harry por fim pôde respirar profundo. Havia terminado. Laura tentou o brigar, mas já não tinha nada; nenhum dos Crusher a apoiavam. E o primeiro que fez com a sua liberdade restabelecida foi ir trazer de regresso a mãe do seu filho. Se instalaram de volta no pequeno e velho apartamento de Amanda, pôr o momento. A casa lhe havia ficado a Laura e a Harry não lhe interessava no mais mínimo regressar ali.E, se bem legalmente Emma estava sob o cuidado dos seus avós, se mudou com eles. E pela primeira vez pôde experimentar o que era ter uma família amorosa. Não lhe custou absolutamente nada estabelecer um laço com Amanda, a pequena se dava com todo o mundo; mais quando recebia beijos e abraços e ouvia histórias antes de se ir para a cama. Que a mesma pessoa a levasse à creche da mão e logo fosse por ela para passar um pouco pelo parque, pronto se voltou um hábito na pequena.Amanda lhe pediu a Deanna que fosse a madrinha do seu filho e a

Deanna continuou a cantar durante a sua gravidez, mas cada vez lhe custava mais. Carregar a dois meninos que cresciam dentro dela e ainda assim brilhar no palco, a cativar o público com a sua voz e a sua presença cénica; se lhe estava a dificultar. Daniel a acompanhava em cada apresentação, orgulhoso da sua esposa e emocionado por essa barriga que crescia cada dia.«Não posso fazer mais isto» Lhe disse a Leonard enquanto descia do palco.Tristão e Isolda, de Wagner, era a ópera escolhida por Marcus para essa temporada.«Não te preocupes, falarei com Marcus e poremos o teu substituto. Já é hora de que te dediques a descansar, nena» lhe disse preocupado.A levava da mão como se fosse que ela ia cair ou se desarmar. Para Reed era uma experiência nova, apesar das gravidezes de Alice, nunca participou de nada. Mas agora via como cresciam os seus netos dentro da sua filha e experimentava todo tipo de emoções.A Deanna lhe dava tanta ternura ver a sua cara consternada, a lhe desimpedir o cam