Já faz uma semana que não vou pra aula, o bom de ser nerd é isso, como eu já fui aprovada em todas as matérias, minha mãe nem se preocupou quando eu disse que estava resfriada e não queria ir pra escola. Estou aqui deitada na minha cama olhando pro teto do meu quarto, eu me sinto deprimida e nem sei o porquê! Eu me sinto ridícula, por estar aqui me sentindo mal por causa de um garoto idiota que não tem nada comigo, tipo, eu e ele não tivemos nada correto? Ele só me disse umas palavras bonitas e nada mais, ele não se declarou pra mim, ou seja, ele é livre pra ficar com quem ele quiser! Ele não tem nenhum compromisso comigo e eu sei de tudo isso, a única coisa que eu não sei é: porque me doeu tanto ver ele beijando a Karen? Inferno!- Ei segunda favorita? - Meu irmão estava encostado na porta, ele ainda estava com a mochila nas costas.- Não to com paciência hoje Maikon, fala logo oque você quer? - Sei que ele não tem culpa de nada e no dia da festa ele meio que até me ajudou, mas hoje,

-O que você tá fazendo aqui? - Como assim ele entra no meu quarto sem nem me avisar?- Eu vim atrás de você! - Ele fez uma cara, como se ele estivesse falando a coisa mais obvia do mundo, depois ele se sentou na cama e ficou me encarando. - Tá bonita! - Os olhos dele escureceram enquanto ele me olhava de cima a baixo, foi só aí que eu lembrei que eu estava de pijama, com um pijama minúsculo. (não é porque gosto de usar roupas sexys, a verdade é que eu ganhei esse pijama quando tinha 11 anos. Ele é dos Flintstones, e é meu favorito então não podia parar de usar ele.)- Obrigada! - Falei meio sem jeito, peguei uma almofada na minha cama e a abracei tentando me cobrir um pouco. Ele se levantou da cama e feio até mim, eu estava em pé perto da minha escrivaninha, a cada passo em frente que ele dava eu dava um pra trás, até que minha bunda no encosto da minha cadeira. - Tá tudo bem? - Eu estava tentando fazer ele parar de vir até mim, tentando puxar assunto, mas ele não parou, ele continuo

O barulho dos lápis riscando o papel ainda ecoava na minha mente cada vez mais alto, mesmo depois que a prova terminou. As letras pareciam se embaralhar, fugindo de mim como se soubessem o quanto meus pensamentos estavam longe dali.Tento me lembrar o que havia respondido na última questão — mas tudo que vinha à cabeça era o olhar de Alec, atravessando o meu na última vez que nos vimos em meu quarto. Tinha alguma coisa naquele olhar que me fazia perder o eixo, como se o chão sob meus pés deixasse de existir por um instante.Por que ele mexe tanto com comigo? Ela se perguntava o tempo todo.Não era amor — ou, pelo menos, não deveria ser. Era algo diferente, mais profundo e ao mesmo tempo desconfortável. Como se Alec tivesse acesso a partes de mim que nem eu mesma conhecia.Anne suspirou e apertou os olhos, tentando afastar a imagem dele. A prova estava entregue, o futuro em suspenso — e Alec continuava ali, dentro dela, silencioso e inquietante.O corredor da escola parecia mais barulh

O som da chuva batendo na janela parecia acompanhar meu humor: confuso, barulhento e impossível de ignorar.Maikon estava na sala, jogado no sofá, rindo de alguma piada idiota com Alec.Sim, Alec.Na minha casa.Quando cheguei do banho, quase deixei cair a toalha de susto.— O que você tá fazendo aqui? — perguntei, parando no batente da porta da sala.Alec se virou, aquele mesmo sorriso meio torto no rosto.— Visita técnica.— Do quê?— Do caos, — ele respondeu, rindo. — Vim devolver o caderno do seu irmão, mas ele me sequestrou pro videogame.Maikon levantou o controle e gritou:— Ele só veio perder, Anne!Revirei os olhos, fingindo não notar o olhar rápido que Alec lançou pra mim — aquele tipo de olhar que dura um segundo, mas deixa o coração acelerado por minutos.Mamãe apareceu da cozinha, já de casaco.— Filha, tô saindo. O plantão vai ser longo hoje.Ela colocou umas notas na mesa.— Tem dinheiro aí pra pedir lanche, tá bom?— Tá, — respondi, e ela beijou minha testa antes de sa

Dizem que o coração aprende a se proteger depois da primeira vez que quebra.Mas o meu… claramente não aprendeu nada.Fazia uma semana desde que o Alec tinha voltado a ser aquele mistério irritante de sempre.Mensagens curtas, olhares rápidos, e uma distância que eu não entendia.Talvez o mais cruel fosse o silêncio — o tipo que pesa, mesmo sem som.Era semana de folga na escola.Todo mundo via aquilo como férias.Eu via como tempo demais pra pensar no que eu queria esquecer.Bia e Juju foram as primeiras a notar.Na terça, me arrastaram pra cafeteria com a sutileza de um sequestro.— Ok, — começou Bia, assim que sentei. — Atualiza a gente: Alec sumiu de novo?— Ele não sumiu. Só... virou fumaça social.Juju tomou um gole do milkshake e balançou a cabeça. — Tradução: sumiu.— Não é como se eu ligasse, — menti, mexendo no canudo.As duas riram juntas, em perfeita sincronia.— Ai, amiga, — disse Juju, — se “não ligar” tivesse som, seria exatamente esse suspiro seu agora.Revirei os olho