Eu não tinha planos de visitar um país, ou uma cidade com os mesmos costumes de onde eu venho. Eu queria conhecer outros sítios diferentes, mas quando me chamaram para uma Conferência em Abu Dhabi, não pude recusar. E confesso que por estar num a cidade que me lembra casa, acabei usando um hijab lilás.O auditório está repleto de políticos, empresários e intelectuais de diferentes religiões e visões de mundo. — Se você prega a liberdade da mulher, então por que ainda usa o hijab? Não estaria, de certa forma, se contradizendo?— OradorConfesso que previ algo assim. Eles ia me atacar de qualquer jeito. Se eu tivesse usado roupas comuns ia atacar minhas vestimentas, usei o hijab, também estão me atacando. Então vi emocionalmente preparada para esta questão.Quando alguém não sabe como te parar, primeiro aponto seu jeito de vestir, depois aponta seu jeito de falar, e depois começa a procurar defeitos na sua família.— A liberdade não é sobre obedecer aos outros—é sobre escolher por si me

A sala do conselho é um tribunal disfarçado, e eu, como sempre, sou o réu. Cleópatra ajusta sua postura imponente e fala primeiro, porque é o que os anciãos fazem. — A Pérsia não se curva. A Pérsia não pede desculpas. E agora tua esposa se exibe aos olhos do mundo como uma voz contra aquilo que nos sustenta. Direitos humanos? Feminismo? Ela desafia a estrutura que nos dá poder.— Nem parece que ela é sua sobrinha, não seja tão fria.— Ela é minha sobrinha sim. Mas está desestabilizando uma hierarquia de poder. — Não seja tão dura.— zombo.— Ela estranhamente me lembra a senhora. A senhora comandou esse território por anos, sendo uma mulher. Porquê ela não pode lutar por alguns direitos? — Eu não mexi com o sistema. Eu não chamei atenção.Ri irónico.— Vamos lá, quem no submundo não conhece a Cleópatra? Hmm? Eu penso que minha sogra a criou tão bem que ela saiu a sua imagem e semelhança. — Cleópatra afina o olhar, mordendo a língua.— Ela tem o direito de pensar. Tem o direito de fal

Se estalou um silêncio na mesa. Apenas os encarando, a animação com que ele veio escapuliu, me olhava ressentido. Como se fosse a primeira vez que ele tivesse parado para analisar sobre isso.Dei uma tragada no cigarro, respirando fundo.— Perdi mas um amigo naquela noite, e adivinha. Ele também tem um filho. Um filho pequeno de 7 anos. Eu tenho de cuidar de uma criança de 7 anos, foram as últimas palavras de Cloud antes de morrer para nos salvar. Isso porquê? Por minha culpa. Se não fosse minha culpa, pai e filho estariam juntos nesse estante. Me diz como irei cuidar de uma criança de 7 e outra de 11, se vocês mal me dão condições para tal. É minha culpa os pais deles não estarem vivos, e eu sequer posso cuidar deles porque vocês não me deixam em paz. O que vocês querem de mim? Querem que eu enlouqueça de culpa e me suicide? — Irei falar com o banco para desbloquear seus cartões. Se eles não aceitarem irei os processar por cooperarem com a máfia russa. Eu irei analisar essa bala, d

Esperei minha mãe se acalmar para lhe levar até o sofá.— Por onde tem andando?— ela perguntou mas calma.— Estive em Barnaul.— Quanto tempo vai ficar?— Só vi vos ver, só irei ficar algumas horas. — Vai deixar as crianças? — Não posso ir com elas. Não agora. Eles correm perigo do meu lado.Minha mãe olhou para o teto, abanando a cabeça, de seguida estalou a língua.— Com que você se meteu dessa vez?— Eu não sei. — Okay.— disse friamente.— Quer alguma coisa para tomar?— Samira disse tentando mudar o clima.— Não, eu estou bem.— Loira raivosa, o que está fazendo parada aqui feito estátua?— Lunet se dirige a Katya.— Não te interessa.— sorriu falsamente. Ao sair da cozinha, Lunet me nota.— Aquela vadia!— resmunga. Mas é surpreendido por um tapa. — Você é maluca!— exaspera olhando para Katya.— Já te disse, não irei tolerar que fale mal dela. — Katya lhe diz com raiva.Me levanto indo até eles.— Essa traidora de merda, não sei porque a defende. Ela vai te trair, espere e observe

— Sua esposa não vai ficar chateada se souber que você trouxe alguém para sua casa?— pergunta assim que adentramos a residência.— Se preocupe consigo mesma Lyuba.— ela parou de andar me encarou.— O que você quer de mim? Niko se você pudesse entrar na minha mente, você saberia que se dependesse de mim, eu não voltaria para aqui. Você tem todo o direito de me odiar, querer me matar, não me querer em sua vida. Juro, eu entendo. Se eu fosse você, também não ia me querer na minha vida. Se eu pudesse voltar atrás, naquele dia que você disse quanto eu iria querer para me deitar consigo. Eu teria simplismente saído do carro, e impedido que a conversa se prolongue. Essa com certeza essa não é mulher que eu conheci. A Lyuba que eu conheci, nunca me pediria desculpas, ou me mostraria seus sentimentos. Ela sempre foi fechada e cautelosa, nunca me deixou muito perto, nem me deixava muito longe. Apenas na superfície de suas emoções.— Seu ombro está sangrando. — aponto para a mancha de sangue em