Nos só ficamos mais um mês na fortaleza e depois disso, nós mudamos para nossa casa. Estou tão animada! Nossa nova casa é tudo o que sonhei e mais um pouco. É uma casa moderna de um único andar, com aquele design retangular que dá um ar contemporâneo, sabe? O telhado é inclinado e de cor cinza escuro, feito de ardósia, que contrasta perfeitamente com a fachada branca. As grandes janelas são um verdadeiro convite para a luz entrar, e só de imaginar o interior sendo iluminado durante o dia já me deixa empolgada.Quando olho pela janela, vejo o gramado bem cuidado e verdejante ao redor da casa. É como se a natureza estivesse nos abraçando. Tem um caminho pavimentado que leva até o portão de metal preto, que fica dentro de um baixo muro branco. E a paisagem ao redor é simplesmente deslumbrante! Campos de arroz se estendem até onde a vista alcança, e lá no fundo, as montanhas e uma cidade se destacam sob um céu claro. Às vezes, me pego sonhando acordada enquanto admiro essa vista.Mas nos

— Estava ansioso pela sua chegada, querida namorada.— Nikolai diz entre dentes se aproximando de mim.Eu sinto a raiva, o ódio emanando dele. Sinto a vontade de sangue vindo dele.— Conhece esses homens amor?— agarra meus cabelos com força me aproximando deles. — Ou devia chamar você de major? Que título você prefere?Os olhos de Cárter não saem da tela do tablet. Como se tivesse visto um fantasma. — Isso tudo fazia parte de seu plano para me matar não é? Você nunca gostou de mim. Você queria destruir minha família. Você sequer trabalha para o exército Russo. Você é uma agente de Haia. Foi você que sabotou minha mercadoria. Foi você que mandou aprender o clã Zakone. Você sempre esteve por de trás de tudo que tem acontecido na máfia. Não é verdade Lyuba.O encarei recebendo toda sua fúria. Não lhe respondi. Nada que eu lhe disser fará alguma diferença agora.Ele chutou o tablet que estava com Cárter para minha direção. Não precisei abaixar para ver o que estava ali, um homem e uma mul

Lyuba Urash.Sai do condomínio correndo, estava manchada de sangue, mandei parar o primeiro táxi que me apareceu pela frente.— Tudo bem moça?— o motorista me encarou horrorizado.— Não. Por favor, seja rápido. Estou correndo perigo.— implorei. E ele não pensou dois minutos, antes de arrancar o carro, numa velocidade surpreendente.— Quer que te deixe na polícia?— Não, eu preciso ir para casa. Meu filho está sozinho, eu tenho medo que algo aconteça ele.— Eu entendo, mas se precisar de mais alguma coisa é só pedir.Eu estou me tremendo inteira, olhando para trás a cada minuto para ver se não estão me seguindo. Minha casa fica distante, do condomínio, e Nikolai só me deu a vantagens de vinte minutos, se é que posso confiar. Em quinze minutos cheguei aos portões da minha casa, paguei a corrida e dispensei o motorista. — Lyuba você está bem?— perguntou a babá que estava sentada de frente a TV assim que me viu.— está sangrando meu Deus. Vou buscar algo para limpar. O que aconteceu? — E

INFÂNCIA INGÉNUA.Hoje, o sol brilha forte sobre Teerã, e a luz entra pelas janelas do meu quarto, criando padrões dançantes no chão de mármore. Eu sou uma menina persa, e minha vida é como um conto de fadas. O palácio onde vivo é enorme, com corredores que parecem nunca ter fim e salas recheadas de coisas lindas. A cada dia, acordo com a sensação de que estou vivendo em um sonho.Minha tia Cleópatra é a matriarca da nossa família. Ela é uma mulher forte e sábia, com um coração tão grande quanto o palácio. Todos a respeitam e a amam. Com um sorriso suave, ela cuida de todos nós, sempre pronta para oferecer conselhos ou contar histórias sobre nossos antepassados. Às vezes, eu me pergunto se ela tem superpoderes, porque parece saber tudo sobre tudo. Acordo cedo todos os dias. Minha rotina começa com um delicioso café da manhã preparado por nossas cozinheiras. Elas fazem pães quentinhos e doces que derretem na boca. Enquanto saboreio meu chá com rosas, escuto as conversas animadas das e

CONTAGEM PROGRESSIVA.Quando eu tinha 13 anos e a Nery 12, um novo capítulo começou na minha vida. Ela veio viver aqui no palácio em Teerã, e a mudança trouxe um misto de emoções que eu mal conseguia processar. Segundo o que ouvi da minha mãe, Nery estava de castigo. A decisão de mantê-la aqui até que tivesse idade para ir à faculdade foi tomada para tentar tirar da cabeça a ideia de casar com seu irmão adotivo. Para mim, no entanto, a presença dela era a melhor coisa que poderia acontecer.Eu sempre sonhei em ter uma amiga da mesma idade. Meus irmãos mais novos não entendiam o que era ser uma menina, com seus sentimentos e suas ansiedades. Minha mãe e minha tia eram mulheres muito adultas, ocupadas com suas obrigações e preocupações. Nery chegou como um sopro de ar fresco, mas o início da nossa amizade não foi fácil. Ela só chorava e fazia greve de fome, um desespero que eu não conseguia entender completamente.Lembro-me de um dia em particular, quando não consegui mais ver a tristez