A sala de estar está um caos. O cheiro do álcool e do sangue misturado com o cheiro de remédios paira no ar, criando uma atmosfera quase intoxicante. Eu a vejo lá, no meio de tudo isso, e não consigo evitar a mistura de sentimentos que me invade. Ela é a mulher que eu amo e odeio ao mesmo tempo.Ela se move com uma confiança que só as verdadeiras rainhas da máfia possuem. Suas mãos ágeis manuseiam os instrumentos médicos como se fossem extensões do seu corpo. Cada ordem que ela dá aos enfermeiros é clara, firme e direta. Não há espaço para hesitação ou fraqueza ali. Ela é uma força da natureza, e eu sou apenas um espectador, hipnotizado pelo espetáculo.Os feridos estão espalhados pela sala, alguns gemendo de dor, outros em silêncio, com expressões que refletem o desespero. Mas ela não se deixa abalar. A forma como ela se inclina sobre eles, examinando feridas e fazendo perguntas rápidas, é quase poética. É como se ela estivesse dançando em meio ao caos, e eu não consigo desviar o olh

ANOS ATRÁS...Mansão dos Prokhorov.Está é a primeira vez que adentro a mansão, da primeira vez que vi aqui, o assunto foi resolvido na estufa. O salão de festas está cheio de convidados, a maior parte das caras que estão aqui eu não conheço pessoalmente, sei quem são mais não as conheço. Minha mãe está com um grupo de mulheres mais velhas conversando. Me sinto descolada, não vejo praticamente ninguém da minha idade e não sei onde raios está Nikolai.Peguei um taça de vinho e fui bebendo enquanto caminhava em direção onde os convidados se amontoam. O casal Prokhorov está descendo às escadas, a sua trás estão seus três filhos. Os quais ainda não consigo ver já a multidão ofusca minha visão. Até então eu só conheço Nikolai os outros dois eu não conheço, já que Vladimir esconde muito bem seus filhos da mídia.Vladimir tece algumas palavras de consideração para os convidados e de seguida para sua esposa, faz um longo discurso de como sua esposa é especial. Meu olhar vai de encontro a Niko

Depois de termos transado no banheiro, Niko me deixou tomar banho e saiu do quarto. Apesar da confusão de ontem com ele, eu me sinto leve e de bom humor. Mas ainda estou brava pelo jeito como ele me tratou e por ter ameaçado meu filho. Não irei esquecer todas as coisas escrotas que ele me disse, por causa de uma boa foda. Esquece, nunca.Pego o vestido azul escuro, de alças, com um decote em formato de V, que chega até aos seios e é solto até um palmo acima do joelho. Às pontas desiguais. Com sandálias azuis a condizer. A pessoa que comprou as roupas tem bom gosto. Preferi deixar o cabelo solto mesmo, só numa tentativa de esconder as marcas que o selvagem vez.Depois sai do quarto e encontrei a família reunida prestes a iniciar o desjejum. Eu ainda estava procurando um acento, quando Niko fez sinal para que eu me senta-se de seu lado.— Boa dia a todos.— cumprimentei sem graça, já que não estou a acostuma a tomar o café da manhã em família. Eu geralmente tomo meu café da manhã andando

Lyuba Urash. Coloquei uma muda de roupa na mochila, e algumas frutas. De seguida chamei o Uber e fui rumo ao hospital. O nosso sorriso era do mesmo tamanho e com a mesma intensidade, lhe troquei as roupas. Terminei de assinar a papelada enquanto esperava o Uber para nós levar para casa. O sinal de que ele chegou chega, sairmos do hospital, em frente do Uber tem um Lexis prateado desconhecido por mim, ignoro isso e caminho com Mike em direção ao Uber. — Lyu espera.— ouço a voz de Niko, me viro surpresa por ele está no hospital e com um boque de rosas na mão. Quem morreu? — O que faz aqui?— perguntei curiosa. — Vim vós buscar. Yana me disse lhe ele teria alta hoje. — Ohh! Não precisava, eu chamei o Uber. — Senhorita não vamos?— O motorista pergunta irritado. — Puxa o carro.— Niko diz com uma pose ameaçadora, como de uma gangster. Inclinando o pescoço para trás, e com o polegar sinalizando acima do ombro. Mandando o motorista embora.— Toma e para você.— por um estante achei que a

Nery Prokhorov Mike passou a noite comigo. Pode ser coisa da minha cabeça, mas eu senti como se ele tivesse me abraçado e beijado minha testa enquanto eu dormia. Era como se, mesmo na escuridão, ele estivesse me envolvendo em uma proteção silenciosa. Quando acordei na manhã seguinte, o sol já brilhava pela janela, mas ele não estava ao meu lado na cama. Um vazio se instalou no meu peito. Eu me levantei, tentando espantar a sensação de abandono, mas antes que eu pudesse dar um passo, ele apareceu na porta.— Fique na cama.— ele disse com um tom firme e tranquilo. — Não saia do quarto por dois dias. Você precisa se recuperar completamente.Eu queria argumentar, dizer que estava bem o suficiente para me levantar e ajudar, mas a determinação nos olhos dele fez com que qualquer resistência desaparecesse. Acabei cedendo e me acomodando de novo sob os lençóis.Nos dias seguintes, Patrick, Zack e Luke vinham me ver. Eles traziam comida e conversas estúpidas para tentar alegrar meu dia. Era