“A loucura, às vezes, é apenas a insistência em corrigir o que já foi concluído.” NietzscheCássio seguia rumo ao Grupo Ferreira, o volante firme entre as mãos, o corpo rígido, o olhar fixo em nada. O telefone vibrava sem parar no banco ao lado — a cada segundo um nome diferente piscava na tela: mãe, irmã, pai.Ele apenas estendeu a mão e desligou o aparelho. Não queria falar. Não queria ouvir cobranças, nem sermões, nem a velha ladainha sobre imagem, reputação e controle. Controle. A palavra soava quase como uma ironia agora.Algum tempo depois, o prédio surgiu à frente, impassível, com suas linhas retas e vidros refletindo o entardecer — sólido e frio, como se o mundo lá dentro seguisse indiferente ao caos que se desenrolava dentro dele.Quando empurrou a porta do escritório de Renato, o amigo estava sentado à mesa, o celular na mão, o rosto indecifrável. O som do vídeo escapava do aparelho — as vozes do parque, os gritos, o nome dele repetido por curiosos. Cada eco era uma punhala
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