— Eu estou.  — interrompeu com os olhos fixos nos dele, cheios de confiança e anseio. Suas mãos desceram pelo peito dele, sentindo os músculos tensos sob a pele, percorreram até o cós da calça que ele ainda vestia. Com dedos hesitantes, mas determinados, ela a desabotoou, ajudando-o a se livrar da última barreira entre eles.Lucca gemeu baixinho quando o ar fresco tocou sua pele exposta, mas foi o toque dela que o fez tremer. As mãos delicadas explorando-o com curiosidade e reverência, traçando sua extensão com uma lentidão que o torturava deliciosamente. Ele capturou os lábios dela mais uma vez, o beijo se tornando urgente, enquanto se posicionava entre suas pernas, guiando-se com cuidado para o centro dela.O momento em que ele a penetrou f

 Clara VasconcelosEu não parei. Não consegui e, no fundo, nem queria. Movia-me com uma ousadia que nunca imaginei possuir, como se cada fibra do meu corpo tivesse despertado para uma nova linguagem, uma que só Lucca e eu éramos capazes de compreender. Meus quadris se moviam em círculos lentos, sinuosos, quase hipnóticos, sentindo cada centímetro dele através do lençol que já não bastava para esconder nada. O calor crescia entre nós, espesso, vivo, dominando o ar que se tornava pesado, carregado de desejo.Meus dedos encontraram os ombros dele, e agarrei firme, cravando as unhas levemente na pele quente e úmida, um toque que era tanto de desejo quanto de necessidade. O beijo se tornou mais selvagem, mais profundo e mais urgente. Eu podia sentir o gosto do ar dele misturad

Lucca FerraroEu saí do quarto devagar, fechando a porta com cuidado, como quem encerra um capítulo precioso e precisa protegê-lo do barulho do mundo. O corredor ainda cheirava a madeira encerada e a chuva da noite, aquele frescor limpo que fica depois da tempestade. A cada passo, eu sentia o peso doce daquilo que deixei nos lençóis: nosso cheiro misturado, a paz nos traços dela, a lembrança da forma como minhas mãos mapearam o território do corpo de Clara.Desci as escadas com a gravata impecavelmente ajustada e o paletó assentado nos ombros, ouvindo ao longe o vai-e-vem apressado das funcionárias. O relógio no pulso marcava pouco depois das oito, eu tinha reunião às 10:00, e, pela primeira vez em anos, a ideia do trabalho não parecia um refúgio nem uma fuga, apen

 O carro preto deslizou até a marquise de vidro da Ferraro Corporation com a precisão de um relógio suíço. Assim que a porta traseira se abriu, Lucca pisou na calçada de mármore claro com a segurança habitual. Os ombros alinhados, o queixo levemente erguido, e o olhar de quem comanda e já está três passos à frente de qualquer acontecimento. Vestia um terno de lã fria preto, de corte italiano, que abraçava o tórax e caía reto sobre as pernas longas, a gravata de seda, azul profunda com um brilho discreto, cortava o branco impecável da camisa. Os punhos traziam abotoaduras retangulares de platina, minimalistas, e no pulso esquerdo reluzia o relógio que herdou do avô, uma peça clássica que marcava mais do que horas: marcava uma linhagem.

 Lucca Ferraro— Você sabe que Clara precisa continuar sendo Isadora. — Rafael não hesita e a frase chega reta, como um dardo. — Por enquanto, é a única estratégia segura.Aquelas palavras caem como gelo na nuca. Sinto o sangue subir, quente e descontrolado, como se cada artéria fosse uma corda puxada. A sala parece reduzir-se a nós dois, à mesa e ao vidro que guarda a cidade indiferente lá fora. Respiro, tentando encontrar o lugar onde a razão e o instinto se tocam.— O quê? — a minha voz sai curta, incrédula.— Você me ouviu. Pelo menos por enquanto.— Isso é absurdo, Rafael. — Minha