Capítulo 33 – Suspeitas e EmoçõesO restaurante estava iluminado por uma luz suave, criando uma atmosfera íntima e acolhedora. Helena se sentou à mesa, tentando controlar a mistura de ansiedade e curiosidade que crescia dentro dela. Miguel chegou alguns minutos depois, elegante, com aquele sorriso que sempre conseguia fazê-la esquecer, por alguns instantes, todas as preocupações do mundo.— Desculpe o atraso — disse ele, sentando-se diante dela e segurando sua mão por um instante. — O dia foi mais corrido do que eu esperava.— Tudo bem — respondeu Helena, sorrindo — Eu estava ansiosa para que chegasse.Enquanto olhavam o cardápio, Helena notou pequenos sinais de distanciamento nele: gestos que hesitavam, pausas que pareciam mais longas do que o necessário. Algo dentro dela dizia que Miguel ainda escondia algo. Mas, ao mesmo tempo, o modo como ele a olhava, com atenção total, tornava impossível ignorar o que ela sentia por ele.Conforme o jantar avançava, conversaram sobre assuntos lev

Capítulo 35 – Desejo ContidoA noite envolvia a casa de Helena com um silêncio quase mágico. A luz das lâmpadas suaves criava sombras que dançavam nas paredes, enquanto o calor do ambiente parecia concentrar-se apenas entre eles. Helena estava no sofá, enrolada em uma manta, e Miguel sentou-se ao seu lado, lentamente, como se cada movimento tivesse que ser calculado.Eles trocaram olhares longos, silenciosos, cheios de significado. Cada gesto parecia carregado de tensão: o toque breve das mãos, o roçar de um braço, a proximidade de seus corpos. Helena sentiu um arrepio percorrer sua espinha e, ao mesmo tempo, uma mistura de confiança e desejo que a deixava sem fôlego.— Você sempre me deixa assim… — murmurou ela, a voz rouca, quase um sussurro.Miguel sorriu, aproximando-se mais, sentindo o calor dela e o ritmo acelerado de seu coração. — Eu também sinto o mesmo… toda vez que estamos perto — respondeu ele, a voz baixa, carregada de intensidade.Sem perceber, suas mãos se tocaram, e a

Capítulo 37 – Pistas na SombraO dia amanheceu pesado para Helena. O café esfriava na xícara enquanto ela olhava para o nada, revivendo a cena da noite anterior em sua mente. O celular de Miguel, a foto das duas meninas sorridentes, a desculpa mal formulada sobre “sobrinhas”. O coração dela batia em um compasso incerto, dividido entre o desejo intenso que ainda sentia por ele e a sensação incômoda de estar sendo enganada de novo.Daniel havia deixado cicatrizes profundas. Os segredos dele tinham se transformado em um labirinto de mentiras e horrores que ainda a assombravam. E agora, justo quando começava a se reconstruir ao lado de Miguel, a sombra da dúvida voltava a se aproximar.Helena sabia que não poderia ignorar. Por mais que desejasse confiar, a verdade precisava vir à tona — custasse o que custasse.Miguel saiu cedo naquela manhã, dizendo que precisava resolver “questões do trabalho”. Helena apenas assentiu, sem revelar a tempestade que se formava dentro dela. Assim que ouviu

Capítulo 39 – Entre Desculpas e PromessasO silêncio da madrugada se arrastava dentro da casa de Helena como um fantasma. Desde que Miguel saíra, ela não conseguia dormir. As horas passavam, o relógio parecia zombar dela a cada tic-tac que ecoava pelas paredes. Helena estava exausta, mas a mente insistia em repassar cada detalhe da revelação: a foto, as palavras, o olhar arrependido de Miguel.Ela tentava se convencer de que precisava esquecê-lo, que um homem casado e pai de duas filhas não poderia ocupar espaço em sua vida. Mas, a cada vez que fechava os olhos, a lembrança do beijo dele, do calor de seus braços, do cuidado em cada gesto, vinha à tona como uma ferida impossível de cicatrizar.Na manhã seguinte, a campainha tocou. Helena hesitou em atender, mas o som insistente não lhe deu escolha. Ao abrir a porta, seu coração disparou: era Miguel. Ele parecia não ter dormido. Os olhos fundos, a barba por fazer, o semblante abatido.— Precisamos conversar — disse ele, a voz firme, mas

Capítulo 41 – Provas de AmorO dia seguinte nasceu tranquilo, com um céu azul que parecia zombar da tempestade dentro de Helena. Ela acordou cedo, mas ficou deitada, olhando para o teto, tentando entender o que sentia. A lembrança do beijo da noite anterior queimava em sua mente. O gosto de Miguel ainda estava presente, como uma sombra que não queria se dissipar.“Você não pode se deixar levar de novo”, repetia para si mesma. Mas a cada vez que fechava os olhos, o rosto dele surgia, sorridente, arrependido, vulnerável.Depois de muito insistir com o próprio coração, levantou-se e foi até a cozinha preparar café. Quando abriu a porta, encontrou um envelope no chão, provavelmente passado por baixo durante a madrugada.Curiosa, pegou-o e viu seu nome escrito à mão. O reconhecimento da caligrafia a fez suspirar: Miguel.Com cuidado, abriu o envelope e encontrou uma carta."Helena,Eu sei que palavras sozinhas não vão apagar minhas mentiras. Sei que cada vez que olho nos seus olhos, você p